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Channel: Televisão | Blog dos Curiosos
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É ou não é, auditório? Como nasceu o mito da careca de Sílvio Santos

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Afinal, Sílvio Santos é careca ou não é? O mito teve origem no início da década de 1970. A revista Melodias, que cobria o mundo das celebridades, estava com os dias contados. O diretor Plácido Manaia Nunes, criador do Troféu Imprensa, expôs a situação ao amigo Sílvio Santos e pediu autorização para publicar uma montagem do apresentador careca na capa da revista. Era um jeito de alavancar as vendas. Sílvio, solidário à causa, consentiu.

O público foi à loucura e varreu a revista das bancas. A edição de novembro de 1971 vendeu 500 mil exemplares – um grande sucesso, se comparado à tiragem de menos de 100 mil dos números anteriores. A brincadeira foi suficiente para que a Melodias se reerguesse e evitasse a falência. O fechamento só veio ocorrer em 1977, e a edição do Sílvio careca é hoje uma relíquia.

Apesar de ter sido uma brincadeira declarada, a qualidade técnica da montagem deixou o público com a pulga atrás da orelha. A dúvida só foi esclarecida em 1994. Sílvio Santos caiu dentro de um tanque de água enquanto apresentava o programa “Topa Tudo por Dinheiro. Os cabelos encharcados e despenteados deram a certeza de que os fios eram reais.

Em 2009, porém, a então artista mirim Maísa reforçou a tese da careca. No quadro “Pergunte à Maísa”, do “Novo Programa Sílvio Santos”, ela puxou o cabelo do patrão e exclamou: “É peruca, é peruca!”.  A velha teoria da conspiração voltou à tona.

E, falando em cabelo, em 2012, aos 82 anos de idade, Sílvio assumiu os fios grisalhos. Pouco tempo depois, porém, voltou a caprichar na tinta nas mãos do cabeleireiro Jassa, seu amigo particular.

E então, colegas de trabalho, Sílvio Santos é ou não é? É ou não é?


Sidney Sheldon: o centenário de nascimento do criador de “Jeannie é um Gênio”

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Sidney Schechtel nasceu em Chicago, no Illinois, Estados Unidos, em 11 de fevereiro de 1917. Muito antes de adotar o nome artístico de Sidney Sheldon, o garoto ajudou a família durante a grande crise de 1929 e, aos trancos e barrancos, conseguiu estudar e se preparar para a carreira artística. Como roteirista, assinou 22 filmes entre 1941 e 1979. Multifacetado, teve um breve hiato em sua carreira hollywoodiana para roteirizar espetáculos da Broadway. Mesmo com uma carreira consagrada no teatro e no cinema, resolveu se aventurar na televisão, onde escreveu ou produziu nove seriados e minisséries entre 1963 e 1991, entre eles “Jeannie é um Gênio” e “Casal 20”. Fez um total de 250 roteiros para a TV.

Sidney Sheldon nasceu em 11 de fevereiro de 1917

Na literatura, começou a publicar aos 52 anos, quase sem querer. Achou o texto de A Outra Face complexo demais para a TV e para o cinema e resolveu publicá-lo em forma de livro. Seus 18 romances, escritos entre 1970 e 2004, venderam 300 milhões de cópias em 180 países e 50 idiomas. Ele é considerado o romancista mais traduzido do mundo. Uma peça teatral em Londres e uma autobiografia completam a produção artística de Sheldon. Ele morreu em 30 de janeiro de 2007, aos 89 anos. No dia do centenário de seu nascimento, recordamos 10 curiosidades sobre sua carreira.

1. Sidney Scheldon vendeu seu primeiro poema por 5 dólares. Ele tinha 10 anos. Aos 17 anos, vivendo muita dificuldade por causa da Grande Depressão que assolou a economia americana e sofrendo de transtorno bipolar, ele tentou o suicídio. Em 1937, já com 20 anos, mudou-se da pobreza de Chicago para Hollywood e lá começou a ler e resumir roteiros para facilitar o trabalho de escolha dos produtores.

2. Em seguida, começou a escrever argumentos de filmes. O primeiro que conseguiu vender foi o de Mr. District Attorney in the Carter Case, em 1946. A produtora RPC pagou 250 dólares para a dupla formada por ele e pelo colega de pensão Ben Roberts. Os dois escreveram ainda o roteiro do filme.

Cartaz promocional do primeiro filme roteirizado por Sidney Sheldon

3. Em 1947, teve seu terceiro roteiro aprovado: com The Bachelor and The Bobby Soxer, que no Brasil se tornou O Solteirão Cobiçado, ele faturou o Oscar de Melhor Roteiro Original em 1948.

Richard Nuggent (Cary Grant) é disputado por Susan (Shirley Temple) e Margaret (Mirna Loy) em “O solteirão cobiçado”

4. O filme premiado marcou a volta do roteirista  à Hollywood. Depois de deixar o Exército, por problemas de saúde, ele se mudou para Nova York e roteirizou quatro espetáculos da Broadway. O primeiro deles foi uma adaptação da ópera The Merry Widow (onze anos antes a história havia sido adaptada para um filme que chegou ao Brasil com o nome de A viúva alegre). Entre 1959 e 1960, Sheldon faria mais dois espetáculos na Broadway. Ele foi o único autor a ganhar os três prestigiados prêmios – Tony Award (teatro), Oscar (cinema) e Edgar Allan Poe Award (literatura de suspense, como se lerá mais abaixo).

5. Com a ascensão da televisão nos Estados Unidos, Sidney resolveu se arriscar nesse meio. Em dupla com William Asher, criou The Patty Duke Show, que foi ao ar na ABC em 1963. Foram três temporadas e 104 episódios.

6. Ainda enquanto The Patty Duke Show estava no ar, Sidney Sheldon estreou em 1965 a série I Dream of Jeannie, que fez sucesso mundial. A história do piloto da Força Aérea Americana, Anthony Nelson, que cai em uma ilha e encontra Jeannie chegou ao Brasil na extinta TV Paulista em 1966 com o nome de Jeannie é um gênio. Interpretada por Barbara Eden, escolhida pelo próprio Sheldon, Jeannie se apaixonou pelo major Nelson e foi morar na casa dele. Ela vivia dentro de uma garrafa e o chamava de “amo”.

“Jeannie é um Gênio” estreou no Brasil em 1966

7. Jeannie é um gênio deixou de ser produzida em 1970. Foram 139 episódios no total, divididos em cinco temporadas. No mesmo ano, Sheldon publicou seu primeiro livro. Com The Naked Face, ele foi indicado ao renomado Edgar Allan Poe Award, principal prêmio da literatura de suspense. O romance foi traduzido para o português sob o título de A outra face.

8. A carreira de escritor decolou rapidamente. Já com o segundo romance, The Other Side of Midnight (O outro lado da meia-noite), de 1973, ele figurou 53 semanas no topo da lista de livros mais vendidos do jornal “The New York Times”. Dos seus 18 livros, todos entraram na lista dos mais vendidos e cinco viraram minisséries para a TV entre 1983 e 1991.

“The other side of midnight” foi um dos cinco livros de Sheldon adaptados para o cinema e para a TV

9. Sheldon gostava de mergulhar no universo das suas personagens. Em 1987, ele viajou para a Romênia e para a Argentina e passou um bom tempo em Junction City, no estado americano do Kansas. Tudo para compor a personalidade de Mary Ashley, uma professora universitária do livro Windmills of the gods (Um capricho dos deuses). Em uma entrevista também em 1987, ele declarou: “Se eu escrevo sobre um lugar, preciso ir até ele”.

10. Outra característica fundamental de suas obras é a força feminina. Em geral, as protagonistas são mulheres bem-sucedidas e fortes. Segundo o autor, o traço fundamental dessas personagens era uma feminilidade que os homens não podiam comparar.

A volta do “Show do Milhão” e o único participante que derrotou Silvio Santos

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“Em que dia nasceu e em que dia foi registrado o presidente Lula?”, pergunta Silvio Santos, cobrindo parte da gravata rosa com seu tradicional microfone de peito. A distância entre os 5 mil reais de aposentadoria e o 1 milhão na conta corrente duraria 20 intermináveis segundos. O sul-mato-grossense, vestido com uma camisa verde aspargo, ouve  a pergunta e diz em tom baixo: “Eu sei. Vou responder.” Olha para os céus e agradece a Deus. Os 20 segundos passam e uma campainha  soa. Está na hora de responder a pergunta que vale o prêmio máximo. “6 e 27 de outubro”, diz o emocionado e seguro Sidiney de Moraes. O dinheiro era dele. Até hoje, quando Sidiney, 80 anos, abre seu extrato bancário, sente os efeitos do dia 22 de outubro de 2003. Ele foi o único homem a derrotar Silvio Santos e ganhar 1 milhão de reais no programa Show do Milhão. Pelo menos por enquanto, já que o SBT anunciou na última quinta-feira a volta da atração à sua grade de programação. A apresentação será de Patricia Abravanel, filha de Silvio, e os participantes terão no máximo 12 anos.

sidineyshowdomilhão

Sidiney de Moraes momentos antes de responder a derradeira pergunta

Em 7 de fevereiro de 1999, foi ao ar pela primeira vez o “Jogo do Milhão” – que mais tarde se transformaria em “Show do Milhão”. Inspirado no americano “Who Wants to be a Millionaire? (Quem quer se um Milionário?)”, o programa brasileiro era apresentado por Silvio Santos, todos os dias, às 22h (ou quando a novela da Rede Globo terminava). Os participantes deveriam acertar 16 perguntas para conquistar 1 milhão de reais em barras de ouro.  Na história do programa somente duas pessoas responderam à última pergunta: uma errou e Sidiney acertou.

O fracasso na pergunta derradeira foi ao ar em 28 de fevereiro de 2002. Jair Hermínio da Silva deveria responder quantas letras possui o texto escrito no centro da bandeira do Brasil. A resposta certa era 15 letras, mas o professor mineiro respondeu 16, pensando que a inscrição era “Ordem ou Progresso” – o correto é “Ordem e Progresso”.  Em 2000, apesar de Ana Lúcia Serbeto de Freitas Matos não ter respondido a “pergunta do milhão”, ela ganhou uma quantia próxima ao processar o SBT. Ela afirmava que a pergunta  – “A Constituição reconhece direitos aos índios de quanto do território brasileiro?’” – que a havia derrubado fora mal-formulada. Ana Lúcia pediu R$500 mil de indenização, mas, no final das contas, acabou ficando com 650 mil reais  (R$500 mil pelo prêmio no programa e R$150 mil de indenização). Quando Jair perdeu a bolada, Sidiney estava a quase 1000 quilômetros de distância do Centro de Televisão do SBT. Sentado no sofá de seu apartamento em Campo Grande (MS), ao lado da mulher Aldora de Moraes, decidiu que estudaria muito para conseguir participar do programa e conquistar o grande prêmio.

Aos 10 anos de idade, Sidiney trabalhava como engraxate e vendia salgados na porta da penitenciária local. Apesar da vontade de estudar Direito, não fez faculdade e se tornou bancário em 1967, contratado como auxiliar de escriturário pelo Banco do Brasil. Ele se aposentou no BB depois de 28 anos de trabalho. Comprou a coleção completa da Enciclopédia Barsa, livros de história e passou a estudar 8 horas por dia para participar do programa que assistia diariamente. Sidiney gravava o “Show do Milhão” para pesquisar as perguntas que não eram respondidas. Perguntas como “qual a porcentagem do peso do esqueleto no corpo de um elefante?” assustavam Sidiney, que anotou todas as perguntas do programa de 2000 até 2003 em 25 cadernos com as respectivas respostas corretas.

Sidiney com a esposa Aldora: uma das maiores incentivadoras

Sidiney com a esposa Aldora: uma das maiores incentivadoras morreu em 2007

Para participar do “Show do Milhão”, Sidiney enviava mensalmente 80 cupons, que vinham encartados na “Revista do SBT”, para concorrer a uma vaga no programa. Os gastos mensais para tentar a sorte eram de aproximadamente 200 reais. Sidiney nunca foi sorteado. Uma operadora de telefonia celular passou a patrocinar o quadro e, para divulgar o produto, fez uma promoção: quem comprasse um celular concorreria a uma vaga no programa. Foi o que fez Sidiney em 2003 e o que lhe valeu a vaga para tentar ganhar 1 milhão de reais. “Uso o mesmo celular até hoje, meus filhos quiseram me comprar um desses novos, mas eu não quero”, brinca o milionário.

Em 28 de agosto de 2003, depois de responder a 14 perguntas e ter ganhado 400 mil reais, Sidiney não desistiu quando teve que responder aquela que foi “a pergunta mais difícil do programa”, segundo a própria avaliação: “Quem foi o último rei da Macedônia?”. A resposta correta, Perseu, credenciou-o com 500 mil reais e a chance de conquistar o grande prêmio. Voltou depois de 2 meses para responder a “Pergunta do Milhão”. Hospedado no hotel Othon Palace, no centro de São Paulo, resolveu estudar sobre a vida dos presidentes, ao se lembrar de perguntas sobre Fernando Henrique Cardoso em programas anteriores. O milionário, que antes da vitória ganhava R$ 5 mil de aposentadoria por mês, apenas sabia a data de nascimento do presidente Lula (6 de outubro) e não a de registro. “Acertei porque, nas quatro opções, só havia uma com o dia 6”, segreda.  “Do contrário, eu teria desistido”.

Depois de um mês, 1 milhão de reais líquidos, sem qualquer desconto do imposto de renda, estavam em sua conta. Entregou 100 mil reais para cada um dos dois filhos (Sérgio, de 52 anos, e Sílvia, 51), 15 mil para um parente próximo e distribuiu 5 mil para alguns parentes e amigos. Sidiney garante que não houve nenhuma briga pelo dinheiro. “Mudou totalmente minha vida”, garante ele, que ainda possui mais da metade do dinheiro guardado em sua conta. “Tenho cabeça boa”, diz. “Fiquei assustado com os jornais falando meu nome, mas nunca aconteceu nada comigo”. Com o prêmio, ele adquiriu o apartamento de 258m² no qual vive hoje, sozinho, no centro de Campo Grande, depois do falecimento da mulher, em 2007.  Três anos depois, comprou também um Vectra 2006 e está com ele até hoje. Lê diariamente o jornal Correio do Estado e a revista Veja, e continua lendo seus livros de História. Ele garante que será um telespectador assíduo da nova versão do programa. Com 80 anos, está muito acima da idade limite para poder se inscrever, mas, ainda que pudesse, não acredita que ganharia de novo. “Por mais de 15 anos, comprei, todo mês, nove cartelas da Tele-Sena e nunca ganhei nada”, conta. “O máximo que consegui foi acertar três números na Mega-Sena. Deus me ajudou naquele dia, mas acho que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”.

(Com reportagem de Lucas Strabkho)

Piada em programa de TV criou uma das mais famosas marchinhas de Carnaval

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Em 1959, a TV Rio exibia um programa chamado “Rio, Te Adoro”, escrito por Aloysio Silva Araújo, Manoel de Nóbrega, Carlos Alberto de Nóbrega e Glauco Ferreira. Moacyr Franco tinha 23 anos e era ainda um aspirante a artista. Fazia algumas pontas e um ou outro número musical. Esta história foi contada por Magalhães Júnior no programa “Você é Curioso?” do último sábado. Certo programa, Moacyr foi escalado para participar de um quadro de um quadro humorístico. Tinha uma única fala. O ator Iran Lima interpretava um marido que, numa conversa com a mulher, reclamava de a cidade estar infestada de mendigos pedindo esmola na rua. A mulher dizia que era um exagero. Quando Iran abrisse a porta do armário, iria se deparar como um mendigo, papel que caberia a Moacyr. Ao deixar o armário, Moacyr deveria dizer: “Moço, me dá um dinheirinho!”. Essa era a piada.

Antes da gravação da cena, o comediante Canarinho, mais tarimbado, decidiu dar um conselho ao novato. Canarinho disse a Moacyr que ele não deveria ficar restrito ao texto. Deveria dizer algo mais incisivo. “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí!” foi a sugestão. E não deveria fazer voz de coitadinho, mas uma voz marcante, bem forte. E que também deveria ir para cima de Iran, dizendo: “Não vai dar, não? Você vai ver que grande confusão que vou fazer”. Moacyr seguiu à risca os conselhos de Canarinho. E a cena funcionou muito bem. A plateia se desmanchou em risadas.

O Mendigo, personagem de Moacyr Franco, tinha uma única fala e acabou criando a marcha mais tocada no Carnaval de 1960

A ideia deu tão certo que, nos programas seguintes, os redatores escalaram o mendigo para aparecer nos lugares mais inusitados, sempre atrás do personagem de Iran. A plateia passou a aguardar, ansiosamente, a entrada surpresa do mendigo. Ele chegou a sair de dentro de uma geladeira, de um carrinho de sorvete, do teto da sala. O bordão pegou: “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí”

Pouco tempo depois, Glauco Ferreira, redator do quadro, e os irmãos dele, Homero e Ivan, apresentaram a Moacyr uma marchinha com as frases ditas pelo personagem. Trouxeram também a gravadora Copacabana, interessada na música. Apesar de ter gostado da música, Moacyr achou mais prudente conversar com Canarinho antes de fechar o negócio. Canarinho disse apenas: “Vai lá e grava, meu filho! Grava que vai ser um sucesso”.

Moacyr gravou um disco em 78 rotações ainda em 1959. De um lado, “Me da um dinheiro aí”, dos irmãos Ferreira; do outro, “Compromisso do Palhaço”, de Salvio Curval. A marchinha fez sua estreita no programa “Rio, Te Adoro” e acabou se transformando logo na mais tocada do Carnaval de 1960.

O professor que errou na conta e perdeu o prêmio máximo do “Show do Milhão”

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“Acho que foi em 2001”. Jair Hermínio da Silva não se lembra com certeza do dia em que perdeu 1 milhão de reais ao errar a pergunta final do Show do Milhão. A intuição não está de toda errada: embora o programa só tenha sido exibido em 28 de fevereiro de 2002, foi em dezembro de 2001 que ele abriu mão dos 500 mil reais que já havia conquistado para tentar ganhar 1 milhão ao responder o último questionamento.

Até então, todos os seis participantes que chegaram à última pergunta da atração (que estreou no SBT em novembro de 1999) preferiram desistir e levar metade do prêmio máximo para casa. No caso de Jair, porém, a pergunta parecia fácil demais para não arriscar: “Quantas letras contém a escrita da bandeira nacional brasileira?”. Ele não nega: tinha certeza que ganharia. “Se fosse uma pergunta difícil, eu talvez tivesse desistido. Ou talvez eu tivesse respondido e acertado”, brinca o quase-milionário, hoje com 73 anos.

Jair não acreditou que tinha errado a resposta final do Show do Milhão

Se respondesse corretamente a questão, o professor aposentado da cidade de Guaxupé (MG), à época com 57 anos, se tornaria milionário sem sequer ter se inscrito no programa. A responsável foi Maria José de Camargo, que havia sido diretora de uma escola para a qual ele trabalhou: “Ela comprou a revista do programa, mandou a carta e combinou que, se fosse chamada, eu é quem iria”, recorda. Maria José vive atualmente em Itápolis (SP), a 288 quilômetros de Guaxupé, o que não impede de os dois amigos manterem contato: “Vou visitá-la pelo menos uma vez por ano”, garante Jair.

Pouco mais de 15 anos depois de chocar o Brasil com a resposta errada, Jair da Silva garante que em nenhum momento ficou nervoso com as perguntas feitas por Silvio Santos: “Eu sabia responder todas as perguntas. Cheguei dando um show, o Silvio ficou encantado comigo”, gaba-se o são-paulino formado em Letras e Pedagogia. Quando ouviu a pergunta final, ele se sentiu a apenas 20 segundos de encher de zeros a sua conta bancária. Era esse o tempo que ele tinha para responder que o lema “Ordem e progresso” tem 15 letras. Enquanto o relógio correu, ele balançou a cabeça positivamente repetidas vezes e chegou a abrir um sorriso antes de decretar: 16. “Na hora eu me lembrei do grito da Independência de D. Pedro I: “Independência ou Morte”. Aí contei as letras de “Ordem ou Progresso”, e não “Ordem e Progresso”, explica o mineiro com tranquilidade incompatível à proporção do deslize.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

Apesar de garantir ter ficado absolutamente tranquilo, ele esticou os lábios e o queixo tanto quanto era possível depois de confirmar a resposta. E assim ficou enquanto a amiga Maria José, na primeira fileira da plateia, contava nos dedos as letras, talvez já antevendo o pior. Toda essa ação durou 6 segundos. Foi aí que o painel piscou a luz verde em cima de “15 letras” que Jair deveria ter respondido. Maria José se abaixou e falou “Ai! Fácil, Jair…”. “Quinze?”, perguntou ele, ainda incrédulo. “Achei que o Silvio tinha errado. Tinha tanta certeza que contei na frente dele”, diz ele. De fato, foram duas contagens seguras, firmes, precisas, intercaladas por um coro da plateia o alertando para o erro e de outras intervenções de Maria José, com o microfone aberto: “Tá errado… ele errou… É “e” e não “ou””.

Somente quando o próprio Silvio Santos contou as letras, dando ênfase ao “e”, ele se deu por convencido. “Foi ali que caiu a ficha”, confirma. Maria José soltou um compreensível desabafo: “Eu te mato, não podia errar essa”. Sobretudo porque, na verdade, não foi Jair quem perdeu 1 milhão. Ele, Maria José e Didi, uma amiga de ambos, perderam 333 mil reais cada, uma vez que o professor havia prometido dividir o que ganhasse em partes iguais. Sobraram apenas 100 reais para cada um, resultado da divisão dos 300 que o programa oferecia a todos os participantes.

Jair ainda precisou voltar para Guaxupé e disfarçar: “Ninguém lá sabia que eu tinha ido ao programa”.  Quando o SBT exibiu o programa, Jair se tornou o mais famoso dos 47.036 habitantes que o município mineiro registrou no censo realizado dois anos antes. “De lá pra cá, não tem um dia que eu passe sem que alguém me lembre daquilo”. Ele garante que não se incomoda e que até se diverte com algumas reações: “Tem gente que me pergunta quanto eu ganhei do Sílvio para errar. Juram que tinha alguma armação ali”.

Jair em sua viagem ao Marrocos: “Vivo bem com meu salário de professor aposentado”

Com motivos de sobra para rir da confusão que lhe custou 1 milhão, ele continuou assistindo à atração que o tornou famoso (inclusive a edição da qual foi protagonista). Viu, inclusive, Sidiney de Moraes se tornar o único vencedor do programa em outubro de 2003 – embora Jair garanta que ele na verdade errou a resposta final.  Passados 15 anos, Jair Hermínio da Silva não nega as lamentações pela oportunidade perdida, afinal, nas palavras dele, “dinheiro é sempre bom”. Mas faz questão de dizer: “Vivo bem com meu salário de professor aposentado e viajo para o exterior pelo menos uma vez por ano”, orgulha-se. Entre os destinos preferidos estão a Grécia, a Turquia (que já visitou três vezes) e o Marrocos, o escolhido da última viagem.

Trilha sonora de “Stranger Things”é lançada em fita cassete e em embalagem curiosa

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No próximo dia 15 de julho, a balada série Stranger Things completa o primeiro aniversário  na Netflix. Para comemorar, a trilha sonora será lançada um dia antes de uma forma bem pertinente ao enredo de ficção científica inspirado nos grandes roteiros do gênero na década de 1980. A trilha virá numa fita cassete vermelha, com um detalhe ainda mais curioso. A caixinha do cassete imitará uma embalagem das antigas e obsoletas fitas VHS. Não é o máximo?

O álbum com 36 músicas havia sido lançado em setembro do ano passado e ganhou algumas variações bastante nostálgicas, como um lançamento em vinil em março. A fita cassete (e sua capa curiosa) estará disponível a partir do dia 14 de julho na rede Urban Outfiters, loja que, entre muitas outras coisas, vende também produtos vintage.

Desde o início do século, a produção de filmes em VHS sucumbiu à ascensão dos DVDs. Em 2006, foi lançado o último filme de Hollywood nesse formato: “A History of Violence” (“Marcas da Violência”, no Brasil). Dez anos depois, em 2016, a empresa Funai Eletric, do Japão, suspendeu a produção de fitas para videocassetes. Era a última empresa do mundo a ainda fabricar o produto.

A segunda temporada de Stranger Things foi anunciada para estrear em 31 de Outubro, dia do Halloween (ou Dia das Bruxas aqui para nós).

Algodão doce pra você! Os 70 anos de Daniel Azulay, da Turma do Lambe-Lambe

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Carioca de nascimento, Daniel Azulay estudou em colégios britânicos no Rio de Janeiro, foi alfabetizado em dois idiomas (português e inglês) e descobriu desde cedo a paixão pelos desenhos. Mas foi intimado por um pai rigoroso a cursar cinco “intermináveis” anos de um curso de Direito: “Ele dizia que, depois de terminar a faculdade, eu poderia o que quisesse”, recorda. Para que os cinco anos passassem mais depressa ele fez incontáveis desenhos durante as aulas e, apesar das consequências que o hobby trazia nas notas, concluiu o curso para “nunca mais deixar de fazer o que gosta”.

Com 70 anos completados no último dia 30 de maio, Azulay ainda colhe os frutos e recebe o reconhecimento do público que o acompanhou nos 10 anos em que esteve no ar com a Turma do Lambe-Lambe, exibida nas TVs Educativa e Bandeirantes. Volta e meia ele é abordado na rua por fãs que o acompanharam na infância. Rua, aliás, que ele não dispensa: para se manter em forma, ele caminha, joga tênis e anda de bicicleta. “Não faço mais esporte porque tenho medo de lesões”, confessa. Os exercícios são mais que suficientes para permitir que ele continue bebendo vinho ou cerveja acompanhada de alguns petiscos, sempre com moderação. Com 34 anos de casamento com a esposa Beth, que cuida de sua carreira, ele se prepara ainda para receber o segundo neto de sua única filha, Paloma, que mora em Viena, na Áustria – o primogênito, Baruch Davi, tem 4 anos.

Turma do Lambe-Lambe ficou no ar por 10 anos

Azulay segue desenhando e trabalhando com crianças. Há 15 anos, comanda o projeto social “Crescer com Arte”, que atende comunidades carentes, e realiza oficinas de desenhos. Aos adultos, ele reserva trabalhos de arte contemporânea. Ainda em plena atividade, Azulay não esconde o orgulho do pioneirismo de sua Turma do Lambe-Lambe, uma ideia que surgiu no final de 1975 após um ano desenhando de graça as aulas de história do professor Renato Azevedo no projeto Universidade Sem Paredes, que viria a ser o embrião do Telecurso. No início de 1976 entrou no ar na TV Educativa com uma proposta arrojada de interatividade na tela. Além dos 10 anos no ar, ele retornou outras vezes às telas com sua turma e também em trabalhos humorísticos. Longe da telinha, Azulay completou seus 70 anos impressionado com a repercussão que o próprio nome causou nas redes sociais: “Tenho duas páginas no Facebook e fizeram até uma outra com meu nome e minha foto, mas nem imagino de quem foi a homenagem”, diverte-se ele na entrevista que concedeu ao repórter Leonardo Dahi, do Blog do Curioso.

Você celebrou os seus 70 anos com uma frase do dramaturgo George Bernard Shaw: “Você não para de brincar porque fica velho; você fica velho porque para de brincar”. Qual é o segredo para continuar brincando?
É a curiosidade. Sempre fui curioso e estou sempre descobrindo coisas novas. É viver numa busca infinita por coisas novas, todos os dias. É a vontade de aprender. O meu conselho é que as pessoas façam o que gostam, realizem seus sonhos, mesmo que elas precisem passar um tempo fazendo o que não gostam.

Fizemos uma homenagem ao seus 70 anos em nossa página no Facebook e ficamos impressionados com o tamanho da repercussão causada pelo seu nome. Você também sente esse carinho nas redes sociais?
Essa coisa da rede social… Eu nunca vi nada igual na minha vida. Semana passada, eu estava na rua e as pessoas me davam parabéns, me desejavam muitas felicidades. E eu pensava: “Mas eu não falei para ele que é meu aniversário…”. Claro, as pessoas me conhecem, mas graças à rede social elas sabem que é meu aniversário. Tem histórias divertidas… Eu estava andando pela Quinta Avenida, em Nova York, quando tomei uma gravata no meio da rua… Levei um susto, mas era só um camarada querendo uma selfie: “Daniel, eu te assistia quando eu era pequeno!”. Num restaurante, também nos Estados Unidos, a cozinha era toda de brasileiros e eles vieram tirar foto comigo. Fiquei emocionado! É formidável. Até em cemitério eu já dei autógrafo: fiz um desenho da galinha Chicória apoiado em uma lápide.

Você transitou entre algumas gerações de crianças. Você precisou mudar o seu jeito de trabalhar para atrair a atenção dessa geração mais nova e tão afeita aos celulares e tablets?
Eu olho para o meu neto e para as crianças da idade dele e fico extasiado de observar a naturalidade com a qual eles se vestem, expressam suas ideias e até ensinam os pais a fazerem algumas coisas, principalmente quanto a essas tecnologias. A televisão mudou muito e hoje eu não imagino um programa como o que eu fazia. O YouTube dá de mil a zero! Há uma convergência de mídias e muitas opções. Às vezes nem elas sabem o que querem porque podem passar de um canal para o outro toda hora. Tive que mudar, claro. Quem trabalha com criança precisa entender que cada uma reage de uma forma a todas essas mídias.

Daniel Azulay completou 70 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Nós tivemos nos primeiros anos da TV por assinatura o sucesso muito grande de programas como Mister MakerArt Attack, que tinham uma proposta muito parecida com a que você apresentou lá atrás. Esse sucesso fez com que você se sentisse um pioneiro?
Fui a primeira pessoa no Brasil a fazer um jogo de raciocínio interativo na televisão. A criança com o dedo seguia alguma coisa na tela. Tinha a preocupação de não deixar a criança grudada na tela o tempo todo, então eu fazia essas coisas de tocar na tela eventualmente. Em geral bastava seguir com o olho. O garoto ficava alucinado tentando descobrir onde ia parar minha gravatinha. Criança adora disputas, competições de raciocínio. Era só ligar a televisão, não tinha que pagar nada.

Apesar do sucesso dos canais infantis na TV fechada, os programas para esse público perderam espaço na TV aberta. Por quê?
O que eu ouço é que as emissoras estavam perdendo audiência para a TV a cabo e os games. Então eles acharam muito mais cômodo transportar esse tipo de programação para a TV a cabo e tirar da rede aberta. As emissoras se desinteressaram. A Globo, por exemplo, ficou mais à vontade criando o Gloob e podendo explorar os seus produtos mais comerciais no seu canal. Havia um contraste dentro da programação… Perdeu-se também a sensibilidade de fidelizar o telespectador desde o começo, como se fazia antigamente. As emissoras sempre olharam pelo lado comercial. O que ninguém esperava é que o celular viria ocupar a criança com tanta informação lúdica e tantos joguinhos.

As produções brasileiras também estão perdendo muito espaço para os “enlatados” estrangeiros. Esses programas que vêm de fora cumprem com essa missão de fortalecer o aprendizado da criança ou é preciso criar algo mais brasileiro?
Essa sempre foi a maior pedra no sapato de quem fazia produção autoral. Concorrer com as produções internacionais era um pesadelo. Às vezes, você faz algo de qualidade, mas colocá-la no circuito pode ser tão difícil quanto criá-la. Graças à televisão eu nunca tive essa dificuldade para lançar os meus gibis [A revista “Turma do Lambe-Lambe” foi publicada pela Editora Abril entre 1982 e 1984]. E isso ficou na memória afetiva das pessoas. É algo que você não fabrica, você constrói todos os dias. Eu concorria com Power Rangers, produtos, brinquedos… Mas são personagens efêmeros. Eles causam impacto, mas o tempo de vida é curta. Eu estou aqui, mas ninguém fala mais do He-Man ou dos Power Rangers. A vida de super-herói é cruel! [risos]

Você sente falta de estar no ar e viver o dia-a-dia da TV?
Não sinto, não. Tem tantas outras coisas… O que eu sinto falta é de tirar as crianças da passividade. O programa era incompleto porque ele se completava com a interação da criança. Aquilo entrava no desenvolvimento do raciocínio dela e ia revelando a certeza de que ela era capaz. É por isso que muitas vezes eu escuto: “Descobri que tinha potencial vendo o seu programa”. Isso é emocionante.

Gibis da Turma do Lambe-Lambe foram publicados entre 1982 e 1984

Você já encontrou algum desenhista profissional que tenha começado a desenhar assistindo aos seus programas?
Vários. O Cléberson Sarema, que trabalhou com o Maurício de Sousa, por exemplo. Fiz um desenho animado, um vídeo educativo e um gibi para a campanha da Lei Seca e, depois que o trabalho ficou pronto, descobri que a maior parte da equipe começou a desenhar assistindo ao meu programa.

Além de desenhista, você desempenhou um papel de educador e acompanhou o processo que transformou um país mais alfabetizado, mas que ainda está longe do ideal quando se fala de educação. Qual a sua avaliação sobre a situação do país na educação?
Eu acompanhei, por exemplo, a criação do MOBRAL, projeto do professor Paulo Freire. O Brasil já foi muito menos alfabetizado, o que não significa que esteja bom. A crise econômica afetou essa área, como afetou a saúde, a segurança… Você vê: o Brasil está sem ministro da Cultura! Sai um, não tem quem entre no lugar. Na época da presidente Dilma Rousseff, tivemos o “Pátria Educadora”, que foi uma falácia, porque não houve nenhum investimento. O Brasil não tem uma política de desenvolvimento sustentável em área nenhuma. Há uma ironia: vivemos num país que pode ser considerado bem informado, onde a informação chega para todos, mas com uma desigualdade social tremenda. Na minha época de televisão, eu brincava: a gente contava com satélites e antenas retransmissoras, mas não tinha uma vassoura para varrer o estúdio. O Brasil tem esse contraste. O Brasil cresceu, se desenvolveu, mas talvez a gravidade da falta de investimentos na área de educação tenha aumentado. É importante também lembrar aos pais que eles são insubstituíveis nesse processo de formação das crianças.

 

Quem compôs a música da vinheta do “Plantão da Globo”?

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A música da vinheta do plantão de jornalismo da emissora foi composta em 1991 pelo maestro arranjador João Nabuco, então com 25 anos, formado em música para cinema e televisão na Faculdade de Berklee, em Boston, nos Estados Unidos. Ele tinha acabado de ser contratado como maestro-arranjador da Rede Globo, que promoveu um concurso interno para escolher a vinheta.

 

 

Há uma controvérsia sobre a primeira vez que a música entrou no ar. Uma versão diz que aconteceu em 21 de maio de 1991, com a notícia de um atentado a bomba na Índia, que causou a morte do primeiro-ministro Rajiv Gandhi. Outra versão garante que ela anunciou uma tentativa de golpe de Estado na União Soviética em 9 de agosto de 1991. William Bonner apresentou dois plantões nos intervalos de “Indiana Jones e a Última Cruzada”, que estava sendo exibido na sessão Tela Quente.

 

Músicas de outros programas da Globo

 

 

A abertura do programa Vídeo Show usou a música “Don’t Stop Till You Get Enough”, de Michael Jackson, com a The Maynard Fergunson Orchestra, banda formada pelo trompetista canadense Walter Fergunson.

 

 

O programa Esporte Espetacular usa “Hyde Park”, faixa de “The London Theme”, de 1969, único disco da Carnaby Street Pop Orchestra and Choir. Ela é o tema de abertura e de encerramento desde a criação do programa, em 1973. Mas seu compositor, o maestro inglês Keith Mansfield, contou à reportagem da própria Globo, que só ficou sabendo disso em 2009, numa pesquisa na internet. Ele também é autor de “Light and Tuneful”, música oficial do Torneio de Tênis de Wimbledon, disputado na Inglaterra.

 

 

Globo Repórter já usou a música “Freedom of Expression”, do cantor e produtor americano Jim Bowen Pickers, que fez parte da trilha do filme “Corrida Contra o Destino” (1971). Foi tocada pelo conjunto The J.B. Pickers, formada por músicos de estúdio reunidos apenas para gravar duas músicas para esse filme.

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