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Curiosidades dos 20 anos de Power Rangers

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No dia 28 de agosto deste ano, os Power Rangers completam 20 anos de história. Diferentemente da maioria dos seriados, o Power Rangers muda sua temática a cada temporada. Ao longo da história da franquia, já são 20 temporadas, uma bem diferente da outra. As três primeiras temporadas, intituladas Mighty Morphin Power Rangers (traduzida no Brasil para simplesmente Power Rangers), são as que mais fizeram sucesso por aqui. A mais recente se chama Power Rangers Super Samurai, e começou a ser transmitida no Brasil (canal Nickelodeon) em agosto de 2012. Em maio deste ano, a 21ª temporada, intitulada Power Rangers Super Mega Force, estreou nos Estados Unidos. Nove atores que já interpretaram Power Rangers anteriormente participam dessa nova temporada, que comemora os 20 anos da série. A produtora promete novos episódios até, pelo menos, 2014. Em homenagem à data, o Blog do Curioso preparou dez curiosidades sobre a franquia:

1. As cenas de luta não são originais

Para produzir a série, são reaproveitadas cenas de ação de seriados japoneses de luta. Um deles é o Super Sentai, que faz sucesso no Japão desde os anos 70. As cenas que mostram a identidade dos personagens são filmadas nos Estados Unidos, com atores norte-americanos, para agradar ao público ocidental. “É por causa desse tipo de montagem que, tecnicamente, o seriado sempre foi um tanto tosco”, constata Odair Braz Jr., jornalista especializado em quadrinhos e programas de tevê. Isso  não impediu, no entanto, que a franquia se tornasse um sucesso imediato nos Estados Unidos. Não demorou muito para que os Power Rangers chegassem a outros 60 países.

2. O criador de Power Rangers não é japonês nem americano

Quem idealizou a franquia foi um magnata egípcio chamado Haim Saban. Transformando um programa da TV japonesa em uma marca conhecida globalmente, Haim Saban acumulou uma fortuna de 3,8 bilhões de dólares. Hoje aos 68 anos, ele ocupa a posição número 437 na lista das personalidades mais ricas do mundo. Ele comanda o grupo de mídia Saban Capital Group, que é dono de 7,5% da maior empresa de rádio e TV da Indonésia, Media Nusantara Citra.

3. A franquia foi censurada na Nova Zelândia e na Malásia

Em 1994, a televisão neozelandesa decidiu acatar o pedido de uma geração de pais de crianças fissuradas por Power Rangers. Eles alegavam que os personagens consideravam a violência a solução de todos os problemas. A série foi cancelada no meio de sua segunda temporada e só voltou a ser exibida em 2011. O irônico é que um dos sets de filmagem de Power Rangers ficava, justamente, na Nova Zelândia.

Na Malásia, a franquia foi censurada por um motivo ainda mais bobo. As autoridades ficaram preocupadas com a influência sobre as crianças do nome “Morphin” (de Mighty Morphin Power Rangers, nome original das três primeiras temporadas), que se assemelha ao da droga morfina. A condição para o não cancelamento do programa foi cortar todas as aparições da palavra. O nome do seriado, então, virou Mighty Power Rangers. A frase “It’s morphin time!” (“é hora de morfar”, em português), ficou completamente muda.

4. O Power Ranger azul abandonou o show por sofrer preconceito

O ator David Yost decidiu abandonar a franquia no final da quarta temporada. Depois, ele assumiu que o motivo que o levou a fazer isso foi o preconceito dos companheiros de set. Homossexual assumido, ele era frequentemente chamado de “bicha” durante as gravações. Os outros atores da série confirmaram terem sido interrogados por membros da produção a respeito da opção sexual do colega. David Yost apareceu em mais de 200 episódios de Power Rangers. Ele foi o único ator que apareceu em todos os episódios das três temporadas originais.

5. Power Ranger azul já foi interpretado por uma criança

Blake Foster, na época com apenas 12 anos, foi escalado para interpretar o Power Ranger azul na sexta temporada da série, Power Rangers Turbo. Steve Cadenas, que interpretava Rocky, estava deixando o programa e a produção precisava de alguém para assumir o posto do Power Ranger azul. O personagem de Blake Foster se chamava Justin Stewart, e era uma criança órfã que ajudava Tommy em seu projeto automobilístico. Foi o Power Ranger mais jovem da história do seriado. Hoje com 28 anos, Blake Foster estuda artes marciais e usa faixa preta no Tang Soo Doo.

6. Vilão foi cortado da série porque sua roupa estragou

O último episódio da sétima temporada, Power Rangers no Espaço, foi um especial com todos os vilões que já haviam enfrentado os Power Rangers. Isso porque a produtora anunciou que iria cancelar a franquia. Apenas um vilão ficou de fora da homenagem: Rito Revolto, que atrapalhou a vida dos Power Rangers nas três temporadas de estreia. O motivo? A fantasia do monstro foi danificada e ficava muito caro mandar fazer outra só para o episódio.

7. Nenhuma mulher nunca vestiu a armadura verde dos Power Rangers

Quarenta mulheres já interpretaram Power Rangers na história da série. A maioria delas – 17 personagens – vestiu a armadura amarela. Logo em seguida, vem a roupa cor-de-rosa, que entrou no guarda-roupa de 13 lutadoras. A armadura azul foi usada por duas mulheres ao longo das temporadas da série e a branca, por três delas. Foi só em 2006, treze anos depois do lançamento de Power Rangers, que uma mulher estreou a armadura vermelha. Só a verde continua intocada por personagens femininas.

8. Um dos Power Rangers virou lutador de MMA

Jason David Frank ficou famoso ao interpretar Tommy Oliver, que vestiu a roupa verde e a branca ao longo das três primeiras temporadas de Power Rangers. Nas temporadas seguintes, o personagem ainda usou o uniforme vermelho (1996) e o preto (2004). Destaque nas artes marciais desde a adolescência, o ator anunciou sua entrada no MMA em 2009. Ele entrou no octógono pela primeira vez em janeiro de 2010, derrotando o norte-americano Jonathan Mack com um nocaute. Em agosto do mesmo ano, Jason estreou no MMA profissional também com uma vitória, dessa vez contra Jose Vasquez, dos Estados Unidos. Confiante, o ator já desafiou Jean Claude Van Damme a enfrentá-lo nos ringues. Os dois teriam sofrido um atrito na pré-estreia do filme “Mighty Morphin Power Rangers” (1995).

9. Power Rangers no cinema

Ao longo dos 20 anos de franquia, os Power Rangers apareceram na telona duas vezes: em “Power Rangers – O Filme” (1995) e em “Turbo Power Rangers 2” (1997). Os dois filmes arrecadaram, juntos, cerca de 75 milhões de dólares. Em 2001, foi feita uma nova tentativa de adaptação dos Power Rangers para os cinemas, mas a baixa recepção do público fez com que “Power Rangers em 3D” fosse lançado diretamente nas locadoras.

10. O astro da série Breaking Bad já foi um Power Ranger

Bryan Cranston é conhecido pelo papel protagonista na série norte-americana Breaking Bad. Ele interpreta o Sr. White, homem que, depois de descobrir que sofre de câncer terminal, aprende a produzir a droga anfetamina para arrecadar o dinheiro do sustento de sua família. A série estreou em 2008, quando Bryan já tinha 52 anos. Mas se, antes disso, seu rosto jovem não era conhecido pelo público, certamente uma geração de crianças americanas dos anos 90  reconheceria seu grunhido. Isso porque Bryan Cranston dublou os monstros Snizard e Twin Man na primeira temporada de Power Rangers.


Lojas de discos voltam às telas brasileiras

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Estreou na semana passada a série brasileira Minha Loja de Discos. Ao longo dos treze episódios previstos (todas as segundas-feiras, às 19 horas, no canal Bis), o programa pretende mostrar aos brasileiros a dinâmica das tradicionais lojas de discos britânicas, enraizadas na cultura local. A direção é de Rodrigo Pinto e Elisa Kriezis, e o roteiro é assinado por Kika Serra. Mesmo na era da música digital, existem ainda entre 310 e 315 lojas de discos ativas na Grã-Bretanha. O mercado da música é movimentado pelas constantes safras de artistas de destaque. “Quando achamos que o nome da vez é Arctic Monkeys, surge a Amy Winehouse, e então a Adele, o The XX, e agora o Alt-J”, justifica o diretor Rodrigo Pinto. Apesar da recessão, as vendas de discos de vinil subiram 5% na Inglaterra em 2012. “Só em Dalston, no leste de Londres, surgiram três novas lojas”, conta Rodrigo. No último Record Store Day (Dia da Loja de Discos), comemorado em 20 de abril, as vendas no setor ultrapassaram as do Natal.

Na época de ouro do vinil, lojas de discos também fizeram sucesso por aqui. Rodrigo Pinto relembra de algumas: Baratos Afins, primeira loja da Galeria do Rock (São Paulo), fundada por Luiz Calanca; a Tracks, na Gávea (Rio de Janeiro), de Heitor de Araújo; a Gramophone, a Modern Sound, a Satisfaction e a On Stage, também cariocas. No início dos anos 90, no entanto, com a chegada dos CDs ao mercado, a venda de discos de vinil no Brasil caiu em profunda recessão. A produção dos discos no país foi interrompida em 1995.

Curiosamente, em meados de 2008, ao mesmo tempo em que a mercadoria da música foi reduzida a um arquivo virtual, o setor dos discos de vinil ressurgiu das cinzas, dessa vez com a venda de itens de colecionador. “A galera que estava afogada em aplicativos, MP3 e YouTube encontrou nas lojas de discos um lugar de convívio, de comércio, de conversa e de música boa”, analisa Rodrigo. Só no primeiro semestre de 2012, a Polysom, única fabricante brasileira de vinis, cresceu 15%.

O Blog do Curioso preparou uma lista de filmes que exploram o universo das lojas de discos. Confira:

Durval Discos (2002)

A nostálgica produção brasileira, dirigida por Anna Muylaert, conta a história de Durval (Ary França), comerciante que insiste em vender discos em 1995, último ano em que a Polysom fabricou discos de vinil no país (até a ressurreição do mercado, em 2008). A Durval Discos funciona na mesma casa em que o dono da loja mora com a mãe, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

Alta Fidelidade (2000)

O filme é um retrato da crise de meia idade do personagem Rob (John Cusack), dono de uma loja de discos, que convive com uma série de clientes ainda mais problemáticos do que ele mesmo. A comédia dramática presta homenagem à cena musical da época em que foi filmada. Fica a reflexão: as pessoas se deprimem por ouvir música pop ou ouvem música pop porque estão deprimidas?

Sexo, Rock e Confusão (1995)

A divertida produção americana de Allan Moyle conta a história dos funcionários de uma pequena loja de discos independente (Empire Records), que fazem de tudo para que o negócio não seja transformado em uma franquia de uma grande rede do setor. Apesar do elenco conhecido (Liv Tyler e Renée Zellweger fazem parte da turma), o filme foi um fracasso tanto de crítica quanto de bilheteria.

Sound it out – The very last record shop (2011)

Trata-se de um documentário sobre a loja Sound It Out, última remanescente das lojas de disco de vinil de Teeside, cidadezinha no nordeste da Inglaterra, uma das áreas mais devastadas pela crise econômica. Assim como a série do Canal BIS, o filme de Jeanie Finlay explora a importância do estabelecimento na formação da cultura musical da população local.

Last Shop Standing (2012)

Inspirado no livro homônimo de Graham Jones, a produção procura explicar o desaparecimento de mais de duas mil lojas de discos no Reino Unido. O filme traça um histórico desse tipo de estabelecimento, que surgiu nos anos 60 e teve seu auge entre as décadas de 1970 e 1980. O registro conta com o depoimento de vinte donos de lojas de discos no país.

I need that record – The death (or possible survival) of the independent record store (2008)

O filme de Brendan Toller é mais um documentário sobre a dificuldade de sobrevivência de lojas independentes de discos de vinil. Dessa vez, no entanto, o foco são as lojas norte-americanas. Nos Estados Unidos, três mil lojas de discos fecharam as portas entre 1997 e 2007. A produção conta com o depoimento de músicos como Thurston Moore, do Sonic Youth, e Pat Carney, da banda The Black Keys.

Village Music: last of the great record stores (2011)

O documentário retrata a história e o cotidiano da loja de discos Village Music, em Illinois (Estados Unidos), uma das maiores entre as remanescentes do setor no país, conhecida como “a mais famosa loja de discos do mundo”. Cerca de 30 artistas prestam depoimentos ao filme dos irmãos Gillian e Monroe Grisman (entre eles, B.B. King, Bonnie Rait e DJ Shadow).

Re-vinylized (2011)

O documentário de curta-metragem mostra a volta da cultura dos discos de vinil, influenciada justamente pelo desenvolvimento da tecnologia, que transformou a música em um produto virtual. A necessidade de um produto físico faz renascer um setor que há mais de uma década estava adormecido. O filme se passa nos Estados Unidos, e conta com o depoimento de donos de lojas, clientes e críticos musicais.

Os 12 maiores futebolistas de mentirinha

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Já são tantas horas de futebol todas as semanas na TV… Mesmo assim, muitas vezes a ficção se apodera do tema e cria jogadores de mentirinha. Alguns já marcaram época em novelas e filmes. Confira 10 craques (ou não) da ficção que deram muito o que falar:

1. Jorge Tufão

Interpretado pelo ator Murilo Benício na novela “Avenida Brasil” (2012), da Rede Globo, Tufão é o maior ídolo da história do Divino F.C., equipe também fictícia. Depois de uma trajetória de sucesso na Europa, ele volta ao Brasil e decide jogar no Flamengo. Fora de forma, Tufão atua apenas em algumas partidas pelo rubro-negro antes de encerrar a carreira. Aposentado, muda-se para o bairro do Divino, local em que irá se desenrolar grande parte da trama. Ainda sobre o personagem, há quem diga que ele foi inspirado em Ronaldo Fenômeno, principalmente no que se refere ao sobrepeso às vésperas de abandonar os gramados. Além disso, o próprio Ronaldo afirmou, em entrevista, que conseguia enxergar muitas semelhanças entre seu pai (Nélio Nazário) e o pai de Tufão, Leleco (interpretado por Marcos Caruso).

2. Renildo

É o famoso caso de garoto de origem humilde que passa a juventude perseguindo o sonho de ser jogador de futebol e de namorar a menina mais bonita do bairro. Na novela “Suave Veneno” (1999), da Rede Globo, o ator Rodrigo Faro interpretou o jovem Renildo, jogador do Flamengo. Depois de algumas partidas como titular, ele se torna ídolo da torcida e, de quebra, conquista o coração de Marina (Deborah Secco), grande paixão de sua infância. Só que, em seguida, Renildo é diagnosticado com um tumor no cérebro e se vê obrigado a abandonar o futebol.  De acordo com Aguinaldo Silva, autor da trama, a intenção original era provocar a morte do personagem por causa de uma doença degenerativa. Mas, como ele fez sucesso entre o público, Aguinaldo escolheu uma doença que pudesse ser curada.

3. Luca

Personagem principal da novela global “Vereda Tropical” (1984-1985), que marcou a estreia de Carlos Lombardi como autor de folhetins, com supervisão de Sílvio de Abreu. Luca foi interpretado pelo ator Mário Gomes. De grande talento para o futebol, destacava-se desde garoto nas peladas do bairro, mas seu temperamento forte acabava por prejudicá-lo nas tentativas de atuar por grandes times. Mesmo assim, o ídolo do time do Cantareira é descoberto pelo Corinthians e, no último capítulo da trama, estreia com a camisa do clube paulista. Curiosamente, a gravação desse episódio ocorreu durante uma partida de verdade, válida pelo Campeonato Brasileiro de 1985, no Morumbi (eu estava no estádio neste dia!). O Vasco vencia por 2 x 1 quando o atacante corintiano Serginho Chulapa marcou o gol de empate. Mário Gomes aproveitou-se do tumulto e invadiu o campo para abraçar o jogador. Tudo isso para aparecer na novela. Sem entender muito bem o que estava acontecendo, o árbitro da partida expulsou o artista do gramado. Nuno Leal Maia fez o papel do jogador Bertazzo, companheiro de Luca no Cantareira.

4. Santiago Munez

Protagonista da série de filmes “Gol” (2005) e “Gol: Vivendo o Sonho” (2007), Santiago Munez (Kuno Becker) é um mexicano que vive ilegalmente com a família em Los Angeles.  Ajuda o pai no trabalho de limpar piscinas. Chama a atenção de um olheiro durante uma partida com os amigos e vai fazer testes em alguns clubes ingleses. Na Terra da Rainha, chama a atenção do Newcastle, que decide contratá-lo. Já no segundo filme, transfere-se para o Real Madrid, onde conquista a Liga dos Campeões, tendo como companheiros de equipe Ronaldo, Zidane e Beckham.

5. Marrentinho Carioca

Trata-se de uma paródia ao ex-jogador Marcelinho Carioca. Grande destaque do Tabajara F.C., time fictício criado pelos integrantes do Casseta & Planeta e inspirado no famoso time pernambucano Íbis, Marrentinho Carioca foi interpretado pelo já falecido Bussunda. Mais do que pelo futebol apresentado, ele é conhecido por ser um grande frequentador de baladas e tem como marca registrada a frase “Fala Sério, Aí!”. Nunca fez gols pelo “pior time do mundo”, mas tem participação no recorde de público em partidas da equipe: sua mãe estava presente no dia em que o Tabajara levou três torcedores ao estádio.

6. Robert Hatch

Em “Fuga para a vitória” (1982), Sylvester Stallone é o goleiro do time de prisioneiros de guerra que irá enfrentar a seleção alemã em um amistoso. Na partida, Robert Hatch e seus companheiros têm a dura missão de impedir a demonstração da força ariana e, de quebra, pôr em prática um ousado plano de fuga. Entre os colegas de time, estão os jogadores Luis Fernandez e Terry Brady, interpretados por Pelé e Bobby Moore, respectivamente.

7. Oliver Tsubasa

Protagonista do desenho animado “Super Campeões”, inspirado no mangá “Captain Tsubasa” e considerado ainda hoje uma grande responsável pela popularização do futebol no Japão. Oliver Tsubasa é o grande craque da Seleção Japonesa e um dos destaques do time do São Paulo. Quer se tornar o melhor jogador do mundo. O auge de sua carreira acontece quando é contratado pelo Barcelona, e suas principais jogadas são ao estilo das artes marciais que tanto fazem sucesso na terra do sol nascente: a trivela voadora e o chute voador.

8. Allejo

Todos os fãs de jogos virtuais de futebol são unânimes: Pelé só é o rei do futebol porque nunca enfrentou o supercraque dos videogames, mais precisamente à série “Superstar Soccer”, lançada pela Konami na década de 90. Devido a um problema nos contratos de licenciamento, a empresa japonesa não foi autorizada a utilizar o nome verdadeiro dos jogadores. Assim nasceu Allejo, o camisa 7 da Seleção Brasileira. Inicialmente inspirado em Bebeto, logo se transformou na versão digital de Ronaldo Fenômeno. Teve tanto destaque que ganhou em sua homenagem na Internet um vídeo intitulado “Allejo Eterno”, uma referência ao filme “Pelé Eterno”.

9. Duda

Na novela “Irmãos coragem (1970-1971), da Rede Globo, o garoto Duda (Cláudio Marzo) sai da pequena cidade fictícia de Coroado, localizada no interior de Goiás, para tentar a sorte como jogador de futebol no Rio de Janeiro. Dono de grande talento, ele é contratado pelo Flamengo. Como a autora Janete Clair pouco entendia de futebol, a emissora contratou o jornalista e ex-técnico de futebol João Saldanha para construir o personagem. A novela ganharia ainda um remake em 1995. Nesta versão, o papel de Duda ficou com o ator Marcos Winter (foto acima).

10. Mingo

Garrincha ajuda Osmar Prado na composição do personagem

Para compor o personagem da novela “Bandeira 2” (1971), o ator Osmar Prado não teve dúvidas. Escolheu para lhe dar “consultoria” Garrincha, já em fim de carreira, que na época atuava pelo Olaria-RJ, mesma equipe de Mingo, o jogador fictício. E as aulas do “craque das pernas tortas” surtiram efeito: o personagem ganhou destaque na trama cuja intenção era mostrar a relação entre presidentes de clubes de futebol e o jogo do bicho no Rio de Janeiro.

11. Coalhada

Criação e interpretação do humorista Chico Anysio para o programa “Chico City” (1973-1980), da Rede Globo. Otávio Arlindo Nunes do Nascimento, o “Coalhada”, deu muitas alegrias ao torcedor brasileiro. Não pelo seu desempenho em campo, mas sim pelas risadas que provocava com seu estilo folclórico e irreverente. Apesar de se achar um craque, o jogador era um perna-de-pau e passava o tempo tentando se defender das críticas de torcedores e de jornalistas. Mesmo assim, não desistia: ao lado de seu empresário Bigode (Amândio Silva Filho), esforçava-se para mostrar o seu talento aos clubes brasileiros. Entre os bordões mais conhecidos do personagem, estão as frases “Mas, hein?” e “O que me atrapalha é a bola”. Em cada programa, aparecia com a camisa de um time diferente.

12. Asa Branca

Em  “Asa Branca – Um Sonho Brasileiro” (1981), Edson Celulari faz sua estreia no cinema. Asa Branca é um garoto humilde nascido no interior de São Paulo, que se torna um grande jogador de futebol. Ele chega a disputar uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira. Além de mostrar os desafios do rapaz dentro de campo, o filme ainda aborda as dificuldades da vida pessoal, como a relação com o dinheiro e o envolvimento com várias mulheres.

As escolinhas do rádio e da TV brasileiros

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Quem disse que há falta de escolas no Brasil? No programa “Você é Curioso?” do último sábado (14), o colaborador Magalhães Júnior trouxe uma relação de programas e quadros de humor que eram passadas dentro de salas de aula no rádio e na TV. Confira a lista abaixo e veja se o “Maga” não se esqueceu de alguma:

1935
Escolinha da Dona Olinda

Rádio Record (depois Rádio Cultura e Rádio Kosmos / Rádio América)
Criação e interpretação de Nhô Totico (Vital Fernandes da Silva)

1936
Cenas Escolares

Rádio Nacional
Criação de Renato Murce

1942
Escola Risonha e Franca

Rádio Record
Criação de Gilberto Martins (também escrito por Octávio Gabus Mendes e Osvaldo Molles).
Elenco: Vicente Leporace, Gióia Jr., Adoniran Barbosa (Barbosinha Mal-Educado da Silva).

1952
Escolinha do Professor Raimundo

Rádio Mayrink Veiga (Quadro em A Cidade Se Diverte)
Criação de Haroldo Barbosa
Elenco: Chico Anysio, Afrânio Rodrigues, Zé Trindade e João Fernandes

1957
Escolinha de Morte

TV Record
Criação de Waldomiro Barone.
Elenco: Pimentinha (Walter Seyssel), Durval de Souza, Gilberto Chagas, J. Gianotti, Joãozinho

1957
Escolinha do Professor Raimundo

TV Rio (Quadro em Noite Cariocas)
Criação: Chico Anysio
Elenco: Chico Anysio, Castrinho, João Loredo (irmão de Jorge “Zé Bonitinho” Loredo), Vagareza e Ary Leite

1959
Escola para Adultos

TV Tupi Rio (quadro em Super Show) e depois TV Rio / TV Record (quadro em A Cidade se Diverte)
Criação de Chico Anysio
Elenco: Antônio Carlos Pires (Professor), Sônia Lancelotti (Dona Gegé, no Rio) e Líria Marçal (Dona Gegé, em SP)

1961
Escolinha de Grupo

TV Paulista
Criação de Manoel de Nóbrega
Elenco: Borges de Barros, Luiz Pini, Isaura Gomes, Gilberto Garcia, Clayton Silva, Roberto Barreiros e Daniel Guimarães

1961
Escolinha do Burraldo

TV Record (quadro em Grande Show União)
Elenco: Germano (Burraldo), Valery Martins, Negativo e Tubinho

1967
Escolinha do Golias

TV Record (quadro em É uma graça, mora!)
Criação: Carlos A. de Nóbrega
Elenco: Ronald Golias (Pacífico), Ana Maria Soeiro (Alemanha), Patty (Pazza)

1973
Escolinha do Professor Raimundo

TV Globo (quadro em Chico City)
Criação de Chico Anysio

1982
Escolinha do Professor Raimundo

TV Globo (quadro em Chico Anysio Show)
Criação de Chico Anysio

1988
Escolinha do Professor Raimundo

TV Globo
Criação de Chico Anysio

1991
Escolinha do Golias

SBT
Criação de Carlos A. de Nóbrega
Elenco: Ronald Golias (Pacífico), Patrícia Opik (Alemanha), Nair Bello (Pazza), Consuelo Leandro (Paçoca 1) e Marta Pessoa (Paçoca 2)

1999
Escolinha do Barulho

TV Record

2005
Escolinha do Beto Carreiro

SBT

2006
Escolinha do Leão

Band
Criação de Gilberto Barros

2008
Escolinha Muito Louca

Band

2011
Escolinha do Ratinho

SBT

2011
Escolinha do Gugu

TV Record

Quais foram os programas de culinária pioneiros da televisão

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São tantos programas de culinária e gastronomia hoje em dia que, às vezes, tenho a sensação de estar olhando para o microondas, e não para a televisão. Só no Brasil são 29 atualmente. Numa recente viagem, descobri um livro que conta a história dos pioneiros desse gênero. Em Watching What We Eat: The Evolution of Television Cooking Shows (“Assistindo o que Nós Comemos: a Evolução dos Programas de Culinária da TV”, ainda sem versão em português), lançado em 2009, a americana Kathleen Colins conta que o primeiro programa foi ao ar em 1948, apresentado pela chef inglesa Dione Lucas (1909-1971)

Diretamente do restaurante nova-iorquino Le Petit Cordon Bleu, um dos de sua propriedade, Dione comandou a atração To The Queen’s Taste pela rede CBS de 1948 a 1949. Depois, na década de 50, ela teria outro programa. Abriu uma escola de culinária em Nova York e também se tornou conhecida por adaptar as omeletes para o paladar americano.

Mas quem popularizou esse tipo de programa foi a chef norte-americana Julia Child (1912-2004). Em uma de suas aparições para divulgar o livro “Mastering The Art of French Cooking”, publicado em 1961, ela fez tanto sucesso numa emissora de Boston que logo ganhou um programa. The French Chef estreou em 11 de fevereiro de 1963 e foi exibido até 1973. Ela apresentava técnicas francesas de refinamento de pratos caseiros. Ao final de cada episódio, a apresentadora despedia-se do público um “bon appétit”, que mais tarde viraria um bordão bastante popular no meio gastronômico. Julia Child virou referência no assunto e, em 2009, teve sua vida retratada no filme Julie e Julia, no qual foi interpretada pela atriz Meryl Streep.

Na televisão brasileira, a pioneira foi Ofélia Ramos Anunciato (1924-1998). Aos 20 anos, ela começou a assinar uma coluna chamada “Um docinho para mamãe” no jornal A Tribuna de Santos. No dia 11 de fevereiro de 1958, ela foi convidada para apresentar uma receita de Tender à Califórnia numa atração da TV Santos. Foi tão bem que, seis meses depois, se tornaria culinarista do programa “Revista Feminina”, apresentado por Maria Thereza Gregori, na TV Tupi. Ganhou finalmente um programa próprio em 1968 na Rede Bandeirantes: Cozinha Maravilhosa da Ofélia, que ficou quase 30 anos no ar.

Ofélia fez história também por ter lançado 14 livros de culinária, todos com excelentes vendagens.

“Miss Campeonato”: mistura de futebol e mulheres existe desde 1957

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Não é de hoje que a fórmula “futebol + mulher” é utilizada no Brasil. Ela já existe há 56 anos, mas de uma forma diferente. Se atualmente são os concursos de musa com pouca roupa que fazem sucesso, na década de 1950 um programa chamado Miss Campeonato é que aparecia como referência neste departamento.

Criado em 1957 pelo escritor e jornalista Sérgio Porto,  que usava o irreverente pseudônimo “Stanislaw Ponte Preta”, a atração foi ao ar pela  Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, e surgiu como uma espécie de metáfora para explicar a tabela do Campeonato Carioca. Funcionava da seguinte maneira: um grupo de humoristas, com destaque para Tutuca, Antônio Carlos Pires, Geraldo Alves, Mário Senna e Duarte de Morais, disputavam a atenção da moça chamada “Miss Campeonato”, geralmente interpretada por uma vedete de destaque da época.  No programa, cada humorista fazia o papel de um time – o mais ilustre deles, Zé Trindade, era o flamenguista, por exemplo – e a moça ficava com o representante do clube que tivesse terminado a rodada do final de semana na liderança.

Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, criou o programa com as Certinhas do Lalau

Sobre o processo de seleção da vedete, o pesquisador paulista Magalhães Júnior, roteirista de “A Praça é Nossa”, explica que as candidatas eram escolhidas no concurso “As Certinhas do Lalau”. “Na verdade, concurso não é a palavra mais adequada, porque não tinha jurados”, explica Magalhães. “Todas as escolhas eram feitas pelo próprio Sérgio Porto”.  “As Certinhas do Lalau” começou como uma brincadeira na coluna d Stanislaw no Última Hora para mexer com o colunista Jacinto de Tormes (pseudônimo de Maneco Muller), que elegia as “10 mais bem vestidas” da elite do Rio de Janeiro. Então, toda semana, ele escolhia uma “certinha”. Magalhães conta que o nome “Certinhas do Lalau” foi escolhido depois de uma ida de Sérgio Porto à praia. Na ocasião, ele teria escutado o próprio pai dizer que uma mulher caminhando no calçadão era muito “certinha” e acabou tendo a ideia que seria uma de suas marcas registradas e que até 1968 seria tema de alguns de seus textos. A primeira vedete a participar do programa como “Miss Campeonato” foi a atriz Rose Rondelli, que se casaria depois com o humorista  Chico Anysio.

Reportagem de jornal da época mostra o sucesso do "Miss Campeonato" no rádio. Em destaque, a vedete Rose Rondelli

O sucesso da atração no Rio foi tão grande que, no mesmo ano de 1957, o formato migrou para São Paulo, com textos assinados por  Aloysio Araújo. Ao contrário da versão carioca, o programa em São Paulo foi transmitido  pela TV Paulista, o Canal 5. O roteiro teve de sofrer algumas alterações. A principal delas foi a de que a história passou a ser ambientada em uma pensão onde moravam torcedores dos principais clubes do campeonato, que brigavam pelo amor da filha de Dona Liga.  A proprietária do estabelecimento era interpretada pela cantora Diamantina Gomes. Assim como no Rio, a Miss Campeonato era vivida por uma vedete.  Carmem Verônica foi a primeira a ocupar o papel, seguida depois por Célia Coutinho, Anilza Leoni e Marli Marlei. Já o time de humoristas era formado por nomes como Ronald Golias (Corinthians), Daniel Guimarães (Portuguesa), Farid Riskalla (Ferroviária), Manoel Inocêncio (Palmeiras), Luis Pini (Santos), Clayton Silva (Juventus) e Cláudio Moreno (São Paulo). O programa foi exibido até 1964 e, ao final de cada temporada, a Miss Campeonato casava-se com o personagem do time campeão. Por isso, a atração só ia ao ar durante  o torneio estadual e, no ano seguinte, a história recomeçava do zero.

Elenco de humoristas do "Miss Campeonato" exibido pela TV Paulista. No centro,a vedete Anilza Leone

Em 1973, a TV Gazeta tentaria ressuscitar o formato, mas depois de três meses desistiu do projeto, reclamando da baixa audiência. Nesta versão do programa, a Miss Campeonato era interpretada pela atriz Lucimara Parisi. “Foi uma época muito boa da minha carreira”, afirma ela. “Eu me divertia bastante fazendo o programa, todos no elenco se davam muito bem”. Lucimara contracenou com os humoristas Borges de Barros (Corinthians), Luis Pini (Santos)e Daniel Guimarães (Palmeiras). Apesar da mal sucedida tentativa, Magalhães Júnior acredita que ainda existe espaço para a atração na atualidade. “Na verdade, uma das minhas maiores vontades é ver um programa parecido com o Miss Campeonato em exibição novamente”, diz ele. “Só acho que o formato seria mais adequado para o rádio do que para a televisão”.

Por onde anda: Sidiney de Moraes, o único homem que venceu o “Show do Milhão”

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“Em que dia nasceu e em que dia foi registrado o presidente Lula?”, pergunta Silvio Santos, cobrindo parte da gravata rosa com seu tradicional microfone de peito. A distância entre os 5 mil reais de aposentadoria e o 1 milhão na conta corrente duraria 20 intermináveis segundos. O sul-mato-grossense, vestido com uma camisa verde aspargo, ouve  a pergunta e diz em tom baixo: “Eu sei. Vou responder.” Olha para os céus e agradece a Deus. Os 20 segundos passam e uma campainha  soa. Está na hora de responder a pergunta que vale o prêmio máximo. “6 e 27 de outubro”, diz o emocionado e seguro Sidiney de Moraes. O dinheiro era dele. Até hoje, quando Sidiney, 78 anos, abre sua conta, sente os efeitos do dia 22 de outubro de 2003. Ele foi o único homem a derrotar Silvio Santos e ganhar 1 milhão de reais no programa “Show do Milhão”.

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Sidiney de Moraes momentos antes de responder a derradeira pergunta

Em 7 de fevereiro de 1999, foi ao ar pela primeira vez o “Jogo do Milhão” – que mais tarde se transformaria em “Show do Milhão”. Inspirado no americano “Who Wants to be a Millionaire? (Quem quer se um Milionário?)”, o programa brasileiro era apresentado por Silvio Santos, todos os dias, às 22h (ou quando a novela da Rede Globo terminava). Os participantes deveriam acertar 16 perguntas para conquistar 1 milhão de reais em barras de ouro.  Na história do programa somente duas pessoas responderam à última pergunta: uma errou e Sidiney acertou.

Em março de 2002, Jair Hermínio da Silva deveria responder quantas letras possui o texto escrito no centro da bandeira do Brasil. A resposta certa era 15 letras, mas o professor mineiro respondeu 16, pensando que a inscrição era “Ordem ou Progresso” – o correto seria “Ordem e Progresso”.  Em 2000, apesar de Ana Lúcia Serbeto de Freitas Matos não ter respondido a “pergunta do milhão”, ela quase ganhou a quantia ao processar o SBT, afirmando que a pergunta  - “A Constituição reconhece direitos aos índios de quanto do território brasileiro?’” – foi mal-formulada. Ana Lúcia pediu R$500 mil de indenização, mas, no final das contas, acabou ficando com 650 mil reais  (R$500 mil pelo prêmio no programa e R$150 mil de indenização). Quando Jair perdeu a bolada, Sidiney estava a quase 1000km de distância do Centro de Televisão do SBT, sentado no sofá de seu apartamento em Campo Grande (MS), ao lado da mulher, Aldora de Moraes. Decidiu que estudaria muito para conseguir participar do programa e conquistar o grande prêmio.

Aos 10 anos de idade, Sidiney trabalhava como engraxate e vendia salgados na porta da penitenciária local. Apesar da vontade de estudar Direito, não fez faculdade e se tornou bancário em 1967, contratado como auxiliar de escriturário pelo Banco do Brasil. Ele se aposentou no BB depois de 28 anos de trabalho. Comprou a coleção completa da Enciclopédia Barsa, livros de história e passou a estudar 8 horas por dia para participar do programa que assistia diariamente. Sidiney gravava o “Show do Milhão” para pesquisar as perguntas que não eram respondidas. Perguntas como “quantos por cento pesa o esqueleto de um elefante?” assustavam Sidiney, que anotou todas as perguntas do programa de 2000 até 2003 em 25 cadernos com as respectivas respostas corretas.

Sidiney com a esposa Aldora: uma das maiores incentivadoras

Sidiney com a esposa Aldora: uma das maiores incentivadoras

Para participar do “Show do Milhão”, Sidiney enviava mensalmente 80 cupons, que vinham encartados na “Revista do SBT”, para concorrer a uma vaga no programa. Os gastos mensais para tentar a sorte eram de aproximadamente 200 reais. Sidiney nunca foi sorteado. Uma operadora de telefonia celular passou a patrocinar o quadro e, para divulgar o produto, fez uma promoção: quem comprasse um celular concorreria a uma vaga no programa. Foi o que fez Sidiney em 2003 e o que lhe valeu a vaga para tentar ganhar 1 milhão de reais. “Uso o mesmo celular até hoje, meus filhos quiseram me comprar um desses novos, mas eu não quero”, brinca o milionário.

Em 28 de agosto de 2003, depois de responder a 14 perguntas e ter ganhado 400 mil reais, Sidiney não desistiu quando teve que responder aquela que foi “a pergunta mais difícil do programa”, segundo a própria avaliação: “Quem foi o último rei da Macedônia?”. A resposta correta, Perseu, credenciou-o com 500 mil reais e a chance de conquistar o grande prêmio. Voltou depois de 2 meses para responder a “Pergunta do Milhão”. Hospedado no hotel Othon Palace, no centro de São Paulo, resolveu estudar sobre a vida dos presidentes, ao se lembrar de perguntas sobre Fernando Henrique Cardoso em programas anteriores. O milionário, que antes da vitória ganhava R$5 mil de aposentadoria por mês, apenas sabia a data de nascimento do presidente Lula (6 de outubro) e não a de batismo. “Acertei porque, nas quatro opções, só havia uma com o dia 6″, segreda.  “Do contrário, eu teria desistido”.

Depois de um mês, 1 milhão de reais líquidos, sem qualquer desconto do imposto de renda, estavam em sua conta. Entregou 100 mil reais para cada um dos dois filhos (Sérgio, de 50 anos, e Sílvia, 49), 15 mil para um parente próximo e distribuiu 5 mil para alguns parentes e amigos. Sidiney garante que não houve nenhuma briga pelo dinheiro. “Mudou totalmente minha vida”, garante ele, que ainda possui mais da metade do dinheiro guardado em sua conta. “Tenho cabeça boa”, diz. “Fiquei assustado com os jornais falando meu nome, mas nunca aconteceu nada comigo”. Com o prêmio, ele adquiriu o apartamento de 258m² no qual vive hoje, sozinho, no centro de Campo Grande, depois do falecimento da mulher, em 2007.  Três anos depois, comprou também um Vectra 2006 e está com ele até hoje. Lê diariamente o jornal Correio do Estado e a revista Veja, e continua lendo seus livros de História. Apesar de Sidiney torcer pela volta do “Show do Milhão”, não acredita que ganharia de novo. “Por mais de 15 anos, comprei, todo mês, nove cartelas da Tele-Sena e nunca ganhei nada”, conta. “O máximo que consegui foi acertar três números na Mega-Sena. Deus me ajudou naquele dia, mas acho que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”.

(Com reportagem de Lucas Strabko)

Sala Especial: histórias que nossas babás não contavam nas noites de sexta

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“Filho, vá dormir”, gritava do quarto o pai de Marcelo Mendez. O relógio já passava da meia-noite da sexta para o sábado. A televisão Phillips, de 28 polegadas, estava ligada na TV Record, num volume bem baixo. A emissora iria começar a exibir a sessão de filmes “Sala Especial“, uma seleção de pornochanchadas brasileiras. Deitado no sofá-cama preto, de molas velhas e furos aparentes, sempre coberto por uma manta que chegava aos pés, o garoto de 11 anos se esbaldava com os corpos de Aldine Muller, Matilde Mastrangi, Helena Ramos e Nicole Puzzi, entre outras. No chão de taco, Marcelo deixava um bule de café sempre à mão para mantê-lo desperto. O pai, Mauro, engenheiro eletrônico, poderia dar o “flagrante” a qualquer momento, o que obrigaria mais uma corrida afoita do menino ao seletor da televisão para mudar logo de canal. Quando não havia interferências, a noite do garoto tornava-se mágica – e aqui não vamos entrar em detalhes. A pequena casa de três cômodos, localizada no bairro Novo Oratório, periferia de Santo André, na Grande São Paulo, abrigava aquele que se tornou um dos maiores colecionadores das pornochanchadas transmitidas na “Sala Especial”. Hoje, com 43 anos, Marcelo Mendez dispõe de 100 filmes eróticos gravados em fitas VHS e armazenadas na lavanderia de casa. “Estão um pouco deteriorados”, conta o jornalista. “Guardo porque representam a descoberta da minha sexualidade”.

A rotina de Marcelo Mendez era repetida por inúmeros jovens daquela época – a maioria dos telespectadores da sessão de “filmes adultos”. Transmitida de 1979 até 1986, a “Sala Especial” era o programa que mais dava audiência ao canal (média de 14 pontos). O programa tinha o início marcado para as 23 horas, porém sempre começava depois da meia-noite, antecedido pelas histórias policiais de Jacinto Figueira Júnior, “O Homem do Sapato Branco”. O locutor, com voz solene, anunciava: “Atenção: a direção da TV Record informa que a sessão Sala Especial tem o objetivo de prestigiar o cinema nacional, os cineastas e os atores brasileiros. Por outro lado, esclarece aos senhores pais que este horário é rigorosamente proibido para menores de 18 anos, de acordo com o Certificado de Exibição, expedido pelo Departamento de Censura da Polícia Federal”.

A partir daí, começavam a passar pela telinha filmes com títulos muito criativos, como “Já Não se Faz Amor como Antigamente”, “A Viúva Virgem”, “A Super Fêmea”, “A Filha do Padre”, “Aluga-se Moças”, “Os Bons Tempos Voltaram – Vamos Gozar Outra Vez”, “Nos Tempos da Vaselina”, “Oh! Rebuceteio!”, “Bonitinha, Mas Ordinária”, “Mulher Objeto” e “Como Era Boa Nossa Empregada”. Um dos filmes mais exibidos dentro da Sala Especial foi “Histórias que Nossas Babas não Contavam”, com a mulata Adele Fátima no papel de Clara das Neves, uma sátira à história de Branca de Neve. Era um tempo em que os garotos raramente tinham contato com cenas de nudez.  Os filmes não mostravam cenas de sexo explícito nem pelos pubianos. O máximo eram seios e bundas de atrizes já consagradas e de outras nem tanto.

Ah, sim, havia os atores também.  Os astros da “Sala Especial” eram David Cardoso, Cláudio Cunha, Antônio Fagundes e Nuno Leal Maia. Nuno começou a carreira em 1973, na pornochanchada “Anjo Loiro”, onde atuou ao lado de Vera Fischer. “Foi uma experiência incrível, eu aprendi muito”, afirma Nuno, que fez seu último papel em 2013, na novela Malhação. “Não imaginava que dividiria os corredores da Rede Globo com a Vera.” O ator participou de 27 filmes eróticos, mas, como o próprio ressalta, “não eram pornô, não tinham sexo explícito”.  O mais lembrado é “O Bem-Dotado – O Homem de Itu”, cujo cartaz ilustrava a página da comunidade “Sala Especial” na finada rede Orkut, que tinha 241 participantes.

Como os espectadores de “Sala Especial” bem lembram, alguns filmes possuíam cortes nas horas picantes. “Enviava o negativo e ele voltava danificado nos trechos que os censores acreditavam ser proibidos, não conseguíamos burlar”, conta o cineasta Mauricio Rittner, autor de três filmes do gênero. Os cortes exigidos pelos censores eram feitos na Embrafilme, empresa estatal que financiava os filmes nacionais. A maioria das obras era produzida na região central de São Paulo, a chamada “Boca do Lixo”, precisamente no quarteirão da Rua do Triunfo. A mais destacada era a Cinedistri, de Aníbal Massaini Neto, que tinha a preferência da Record para transmitir seus filmes, já que era a produtora mais famosa de pornochanchadas à época. “Comecei a assistir em 1981, e não parei mais”, conta Marcelo Mendez. “Gravei todos filmes desde 1985. A ‘Sala Especial’ era minha grande companheira, sinto falta daqueles tempos”.

Em tempo: Qual é a música que era tocada na abertura de Sala Especial?

Vi na internet que alguns fóruns estavam tentando desvendar o nome da música tocada na abertura da sessão das noites de sexta. O aplicativo Shazam dá como resposta “Night of The Stars”, composta por E. Arnold no álbum Retro VIP Lounge (2012). Passei essa missão para Antonio Mier, criador do Caçadores da Música Perdida, e o mistério foi desvendado. Este álbum reúne vários artistas pouco conhecidos pelos nomes. O trecho está disponível no meio da música. Ele conta como foi feita a pesquisa: “O lounge music foi um estilo de comum nos anos 50 e 60, que misturava harmoniosos swings e sons que conhecemos hoje como bossa nova. Foquei a pesquisa em algumas orquestras da época e discos que se destacaram no final dos anos 60 e 70. Ouvindo algumas dessas orquestras, fui “peneirando” até encontrar aquela que tinha características semelhantes aos da vinheta do “Sala Especial” (batidas, trompetes e saxofones). Cheguei ao Pete Moore Orchestra. Pete Moore foi compositor e arranjador de vários sucessos na década de 50, 60 e 70. Finalmente encontrei o disco “Exciting Sounds Of Tomorrow” (1969) e consequentemente à música utilizada na vinheta de abertura de “Sala Especial”O que ouvimos na vinheta é apenas a introdução da música “A Girl is A Girl“, composta pelo maestro e compositor inglês Eric Winstone.

CAPA PETE MOORE CONTRA CAPA PETE MOORE


Porta da Esperança: as maluquices de quem espera por Silvio Santos na frente do Jassa

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O rapaz de 34 anos andava de um lado para o outro, rondando o tempo todo o Honda Accord preto, estacionado na vaga mais próxima da entrada do salão, composta por duas portas altas de madeira. Segurando um DVD de capa azul com a mão direita, ele entrou e saiu algumas vezes lá de dentro, impaciente. “Preciso entregar meu projeto ao Silvio Santos”, repetia o ator Ricardo Rico, que viajou de Goiânia a São Paulo para encontrar com o dono do SBT. Ao ouvir as batidas dos sapatos do apresentador na escada branca de mármore, Ricardo sentiu a adrenalina subir e foi em direção a ele. “Tenho um piloto de um programa chamado ‘Pedágio’ e gostaria muito que o senhor assistisse”, disse, trêmulo, o ator. Com o DVD em mãos, Silvio Santos, solícito, agradeceu antes de entrar no carro, que ele mesmo saiu dirigindo. “As pessoas sempre vêm entregar projetos aqui na porta do Jassa”, explicou Silvio ao repórter Lucas Strabko. “Já estou acostumado”.

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Ricardo Rico veio de Goiânia, marcou corte no salão e conseguiu entregar DVD com piloto de programa de auditório para Silvio Santos

Repórteres, redatores, humoristas, modelos e até colegas de trabalho fazem plantão na frente do salão do cabeleireiro Jassa. Os funcionários já se acostumaram com a movimentação quase diária. O corte marcado por Rico com o cabeleireiro de Silvio, na quarta-feira passada, dia 8, rendeu mais do que uma ajeitada no visual. “O Jassa me contou que ele viria aqui no dia seguinte, era a chance que eu tinha”, narra o ator. Para iniciar os estudos de Teatro no Rio de Janeiro, Rico teve primeiro que concluir o curso de Matemática na Universidade Estadual de Goiás, em 2008. “Tudo foi sempre muito difícil para mim”, conta. “Voltei para Goiás porque a carreira artística deu errado. Comecei a trabalhar como professor.”  O sonho de se tornar apresentador de televisão só aumentou quando ele idealizou o programa de auditório “Pedágio”. “Para o artista pisar no palco, ele precisa antes levantar uma bandeira social, ajudar quem precisa”, explica. Angela Mattos apresentou Ricardo para a irmã, a diretora de TV Marlene Mattos, que dirigiu o projeto. “Levei o programa gravado para o SBT de Goiás, e ele foi aprovado. Agora quero que ele seja visto no Brasil inteiro”.

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Silvio Santos na porta do Jassa: “Nunca me entregaram nada de extraordinário aqui”

O novo salão do cabeleireiro Jassa – e ponto de romaria daqueles que querem falar com Silvio Santos – ocupa 450 metros quadrados na Rua Henrique Martins, uma travessa da Avenida Brigadeiro Luis Antônio. Silvio Santos costuma frequentar o salão nos dias de gravação, sempre no período da manhã. O Blog do Curioso encontrou com o apresentador nas duas últimas quintas-feiras. O manobrista Nicarnor Ferreira varre as folhas que cobrem o recuo de aproximadamente 7 metros que serve de estacionamento para os clientes do salão. “É raro quando não há alguém aqui na porta esperando o Silvio”, diverte-se ele, que trabalha há 19 anos com o cabeleireiro. “Já vi gente que bateu ponto aqui duas semanas seguidas”. Para Robson Jassa, o filho do cabeleireiro, a movimentação de fãs, repórteres e candidatos a artistas causa incômodo. “Há 40 anos o pessoal vem aqui para ver o Silvio”, afirma. Mas são os jornalistas que dão mais trabalho. “Precisamos trabalhar e as pessoas até bloqueiam a entrada e a saída”. O repórter Arthur Veríssimo chegou a armar uma barraca de camping para chamar a atenção do apresentador. Veríssimo conseguiu algumas palavrinhas de Sílvio, mas não a entrevista que desejava para a edição de 25 anos da revista Trip.

Por trinta anos, até dezembro de 2012, o Jassa funcionou na Rua Iguatemi. Naquele local, em 2007, o professor e blogueiro Ricardo Pierocini, 38 anos, esperou Silvio Santos cortar seus cabelos avermelhados em doze oportunidades, nas quais obteve sucesso em três tentativas. O primeiro passo foi “pagar uma pequena fortuna” para cortar o cabelo no Jassa para levantar informações sobre a rotina do apresentador.“Entreguei uma lista com ideias de programas e quadros esperando que ele me contratasse”, lembra. Depois de um mês, sem respostas de Silvio, Pierocini voltou ao salão munido de um CD com a leitura de tudo o que estava escrito no papel. “Apurei que ele escuta Roberto Carlos e piadas enquanto dirige”. Na 12ª tentativa, em 2011, finalmente Ricardo obteve êxito. “Ele passou meu telefone para a Iris [mulher de Silvio], que me convidou para que eu fosse até a casa deles naquele mesmo dia. Conversei por duas horas com ela, o Silvio não estava lá.” O bate-papo rendeu dois meses de estágio para o professor no SBT.

O radialista Dayvid Braga queria apenas uma foto ao lado do ídolo e precisou de mais de duas dezenas de tentativas para consegui-la. Ele veio de Araruama, no sul do Rio de Janeiro. “Eu sonhava em ouvir o Silvio Santos falar meu nome”, conta Dayvid Braga. Entre o centro de sua cidade e o salão de Jassa, havia uma distância de 549km, sete horas de ônibus e 400 reais pelas passagens de ida e volta – para economizar, o radialista trazia o lanche de casa. A primeira tentativa de conhecer Silvio Santos foi em 2006. “Na casa dele ou no SBT, seria impossível realizar o sonho. Tinha que ser mesmo no Jassa”, bolou a estratégia. O persistente radialista, que chorou por algumas vezes na calçada do salão por não ter conseguido realizar o sonho, cruzou vinte vezes o Rio de Janeiro até São Paulo para conseguir ouvir o “Homem do Baú” falar seu nome. “Tornei-me amigo do Robson Jassa. Ele me disse que o Silvio não marca horário. Liga para seu pai e avisa que vai ao salão”, lembra. Em uma dessas ligações, Robson contou que, provavelmente, Silvio estaria por lá no outro dia, cedinho. Quando o relógio marcava 6h da manhã, Dayvid Braga já estava na porta. “Ele foi muito solicito, conversamos por cerca de 15 minutos e no dia seguinte a sua assessora me ligou com um convite para assistir ao ‘Roda a Roda Jequiti”, conta. “Tive até camarim próprio, conversei muito com o Silvio naquele dia”. O radialista, famoso na internet, já até ganhou o prêmio “Amigo do Silvio Santos”, no YouPix, por ter sete fotos diferentes com o apresentador. “Considero-me amigo, nunca uma pessoa anônima falou tanto tempo com ele”, gaba-se.

Silvio Santos e Dayvid Braga na porta do Jassa

Silvio Santos e Dayvid Braga: 20 viagens entre o Rio de Janeiro e São Paulo para conseguir uma foto e um convite para visitar o SBT

Nos casos de Ricardo Pierocini e Dayvid Braga, a inspiração para esperar Silvio Santos na porta do salão veio com o programa “Pânico na TV”, que levava os repórteres Vesgo e Ceará, fantasiado como o próprio apresentador, para falar com o dono do SBT no salão de Jassa. “Muita gente tem vontade de saber como é o Silvio fora da televisão. Posso dizer que ele não tem frescuras”, elogia o humorista Wellington Muniz, o Ceará, imitador de Silvio Santos. “Quando fomos fazer o ‘Autoriza, Silvio’, ele nos atendeu superbem, nunca reclamou de nada, sempre brincava conosco”. Dayvid conta que já presenciou outra situação insólita: “Uma menina gritava que o Silvio era pai dela, porque a mãe tinha tido um caso com ele na época da caravana do ‘Peru Que Fala”. O caso não chegou a Silvio Santos, que afirma nunca ter passado nenhum constrangimento na porta do salão. No ano passado, no dia de seu aniversário, Silvio Santos ofereceu até cortes de cabelo grátis para todos que o esperavam na porta do cabeleireiro.

Para os esperançosos, que buscam o sucesso no SBT pela porta do cabeleireiro, o taxista Bernardino da Silva, que trabalha no ponto ao lado do antigo salão de Jassa, desmotiva: “Os clientes tentavam entregar a ele projetos, mas o Silvio recusava sempre, dizendo que eles deveriam ser enviados diretamente ao SBT.” O ‘patrão’ Silvio Santos confirma. “Nunca me entregaram nada de extraordinário na porta do Jassa”, é sincero. “Muitas moças pedem emprego como apresentadoras, mas jamais contratei alguém ou usei um projeto recebido aqui.” Para Ricardo Rico, a sorte está lançada.

Chef Erick Jacquin aproveita o sucesso de MasterChef para oferecer jantar com palestra

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Erick Jacquin é uma mistura do chef Skinner com Auguste Gusteau. O primeiro é a autoridade da cozinha: com seu jeito bravo, manda e desmanda. Já a barriga avantajada, os cabelos faltantes e o rosto carismático remetem ao comandante do restaurante Gusteau’s. Ambos são personagens de Ratatouille, filme favorito de Erick Jacquin. “Acho o crítico [Anton Ego] muito engraçado”, conta o chef francês. “Apesar de meu jeito na cozinha, não me considero bravo como o Skinner”. Aproveitando a fama do reality show MasterChef, exibido pela Band, Jacquin abrirá na próxima quarta-feira (12) uma série de palestras no restaurante Tartar&Co., em Pinheiros. Batizada de “Minha Fama de Mau”, a primeira palestra terá Jacquin ao lado do crítico Ricardo Calil, conversando sobre  “Os chefs mais bravos do cinema”, em seis filmes sobre culinária.

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Premiado duas vezes como “o chef do ano” pela revista Veja S. Paulo, Erick Jacquin descobriu a vocação para palestrante em 2013. No primeiro evento, em Minas Gerais, um público de 1.300 pessoas esperava por ele. “Fiquei feliz de ter sido tão elogiado”, diz Jacquin. “Sonhava em dar palestras, gosto de contar minha trajetória”. Junto com os sócios do Tartar&Co, o chef decidiu que, embalado pelos elogios a seu desempenho em MasterChef, era a hora certa de explorar sua imagem.  Começando pelo tema cinema e cozinha. O convidado para representar os cineastas foi o crítico de cinema e fã dos pasteis de tartar, Ricardo Calil. “Um bom filme de culinária passa um olhar apaixonado ao prato”, explica. “Faz o espectador sair do cinema com fome”.

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Erick Jacquin, famoso cozinheiro e jurado do MasterChief, ministrará palestra sobre cozinha e cinema

Para o evento, o crítico de cinema selecionou seis filmes: Ratatouille, Big Night, Como um Chef, Sem Reservas, A 100 Passos de um Sonho e Soul Kitchen. “Não escolhi pela qualidade do filme, mas pelas cenas que representam chefs bravos, excêntricos, violentos e neuróticos”, explica Calil. De acordo com o crítico, o chef Birol Unel, de Soul Kitchen, interpretado pelo ator Shayn Weiss , é o mais bravo do cinema. “Ele atira uma faca no cliente porque pede gazpacho quente, sendo que é uma sopa fria”, revela. “Até o Jacquin ficaria intimidado com ele”.

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O chef Birol Unel, de “Soul Kitchen”, é o mais bravo do cinema

O nome do evento – “Minha Fama de Mau” – está no ponto certo. Frases como “você não tem vergonha na cara de falar que isso é um risoto?” e “parece que você fez comida para as galinhas”, faladas por Erick Jacquin em MasterChef, evidenciaram a falta de paciência do francês. “Sou um cozinheiro exigente, bravo, chato, apaixonado e divertido”, descreve-se. “Eu me considero ‘mais ou menos mau’. Chefs têm obrigação de serem exigentes.” Para quem vê um Jacquin bravo na televisão, o cozinheiro Renan Brassolatti, 28 anos, que trabalhou dois meses ao lado dele, garante que ele é um “anjo” em MasterChef. “O Jacquin é um demônio e um deus ao mesmo tempo”, define. “Ele faz muita pressão psicológica, é extremamente perfeccionista, xinga os cozinheiros, mas foi quem mais me ensinou na carreira.” A autoridade de Jacquin suscitou em Renan a determinação para acabar um trabalho mesmo com a mão quebrada.

Renan deveria preparar a espuma de coco para ser colocada em doze pratos. Enquanto montava o terceiro, Jacquin  não chacoalhou corretamente o sifão e a espuma ficou presa no objeto. “Ele gritou pra mim: ‘Você é um burro, um incompetente, não tem merda nenhuma na cabeça’”, conta Brassolatti. O chef passou a tarefa para as mãos do jovem cozinheiro. Quando já estava no 11º prato, o sifão voltou a falhar. Renan, enfurecido, deu um tapa na borda do utensílio e quebrou a mão. “Estava doendo muito, mas precisava acabar, ele disse que iria me demitir”, lembra. “Quando finalizei os pratos, toda cozinha começou a bater palma”. O cozinheiro permaneceu no restaurante La Brasserie, de Erick Jacquin, entre maio e julho de 2011 e saiu para chefiar a cozinha do Santo Bentô. Hoje trabalha no Sakagura A1, localizado no bairro paulistano do Itaim Bibi.

Por enquanto, a programação completa do evento não está definida. As palestras serão realizadas até o começo de 2015, com diversos assuntos. O pacote completo, que custa 220 reais, inclui o debate, couvert, entrada, prato principal, sobremesa e vinho.  “Quero aproveitar a fama”, diz Jacquin. “Quando saio na rua, não fico dez minutos sem tirar foto com alguém.”

Serviço:

Debate “Minha Fama de Mau”, com o chef Erick Jacquin e o crítico de cinema Ricardo Calil
Data: 12/11, às 20h
Local: Tartar&Co (Av. Pedroso de Morais, 1003 – Pinheiros – São Paulo/SP)
Preço: R$220 (debate, couvert, entrada, prato principal, sobremesa e vinho)
Público: 28 vagas
Compras no site: foodpass.com.br/eventos/?evento=1037

25 curiosidades dos 25 anos de Os Simpsons

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Os Simpsons foram criados em 1987, como um projeto piloto do estreante Matt Groening. No começo, eram segmentos de 20 segundos transmitidos no programa The Tracey Ullman Show. Em 17 de dezembro de 1989, estreou a primeira temporada oficial da série, no canal FOX, com episódios de meia hora. Em homenagem à data, o Blog do Curioso preparou 25 curiosidades sobre Os Simpsons para você:

1. É a série de animação que ganhou mais Emmys na história: já levou 31.

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2. No dia 19 de fevereiro de 2012, estreou nos Estados Unidos o 500º episódio da série. Batizado de “At long last leave”, contou com a participação do jornalista australiano Julian Assange, o fundador do Wikileaks, que se envolveu em polêmicas em 2011 ao divulgar documentos secretos do governo norte-americano. Só as séries Lassie e Gunsmoke superam a marca de 500 capítulos.

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3. Para que os roteiros assumam a identidade sarcástica da série, cada um deles passa por cerca de 20 escritores, que fazem o possível para que as tiradas atinjam públicos de diferentes regiões, culturas e idades. Além disso, a pintura e o intercalamento dos quadrinhos são feitos na Coreia do Sul, onde o custo é mais baixo. Por isso, cada episódio demora entre oito meses e um ano para ficar pronto.

4. Matt Groening batizou a cidade dos Simpsons de Springfield porque esse é o nome de cidade mais comum nos Estados Unidos (há 121 delas espalhadas pelo país). Em 21 de julho de 2007, foi feita uma eleição pela internet para decidir qual Springfield receberia o lançamento especial do filme dos Simpsons. A vencedora foi a do Estado de Vermont.

5. Também em julho de 2007, como parte da estratégia de promoção do filme dos Simpsons, foi instalada uma rosquinha gigante na tocha da Estátua da Liberdade, em Nova York.

6. A série é composta por cerca de 300 personagens. Os nomes dos protagonistas Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie foram baseados em familiares do criador Matt Groening.

7. No capítulo 467, o artista de rua anônimo Banksy criou a abertura do desenho para denunciar as condições de trabalhos nas fábricas de merchandising da série:

8. No episódio “Feitiço de Lisa”, da temporada 13, em 2002, a família Simpson viaja ao Brasil. Aqui, eles encontram taxistas pilantras, assaltantes, macacos pelas ruas e apresentadoras de TV vulgares. A crítica gerou atritos diplomáticos com o país, mas as piadas de mau gosto não pararam por aí. Em outro episódio, Homer ainda diz: “Gostaria de voltar ao Brasil, mas parece que o problema dos macacos está ainda pior”. E em “A Esposa Aquática”, Lisa diz que Barnacle Bay é o lugar mais nojento que já visitou – depois do Brasil (a frase foi cortada na versão dublada para o português). Veja um trecho da primeira visita da família amarela ao país:

9. Em 30 de março de 2014, o Brasil ganhou mais uma homenagem. No episódio “You don’t have to live like a referee”, Homer viaja ao Brasil para trabalhar como juiz da Copa do Mundo. A produção de Os Simpsons foi acusada de ter previsto o desastre da seleção brasileira no campeonato. Realmente, há duas grandes coincidências: no desenho, o Brasil também é derrotado pela Alemanha (por 2 x 0, placar mais discreto do o 7 x 1 da vida real) e o craque do time, El Divo, sofre uma lesão fatal em campo (um exemplo exagerado do que aconteceu com Neymar nas quartas de final da Copa do Mundo).

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10. Já viraram personagens da série celebridades como Mel Gibson, U2, Ronaldo, Kim Basinger, Tony Blair, Rupert Murdoch, Nicolas Sarkozy, George Bush, Lady Gaga, Elizabeth Taylor, Michael Jackson, Magic Johnson, Sting, George Harrison, Aerosmith e Ramones. Os Simpsons detêm o recorde de número de participações especiais em uma série de TV.

11. A personagem Marge Simpson beijou uma amiga na boca no episódio “Como o Teste Foi Vencido”, em março de 2009. A cena se passou apenas na imaginação de seu marido, Homer Simpson:

12. Você sabe a idade dos integrantes da família? Homer tem 35 e Marge, 34. O garoto Bart é o primogênito, com 10 anos; a estudiosa Lisa tem 8 e a pequena Maggie, apenas 1 aninho. Durante os 25 anos da série, nenhum deles envelheceu.

13. Apesar de Maggie ser novinha, ela não é nada boba. A caçula é conhecida por ter acertado um tiro no Sr. Burns, chefe de Homer, quando ele tentou roubar seu pirulito.

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14. Na cidade de Springfield, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado desde o episódio número 10 da 16ª temporada. O episódio foi ao ar pela primeira vez no dia 20 de fevereiro de 2005 e causou polêmica entre as audiências mais conservadoras.

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15. Na edição de novembro de 2009 da Playboy, Marge Simpson saiu na capa. Em três páginas de “fotos”, Marge não aparece nua em nenhuma delas. A foto mais picante é uma em que ela está vestida apenas com um baby-doll transparente.

16. Bart também já foi capa de revista: em 1998, a Time o elegeu como uma das mais influentes personalidades do século.

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17. Bill Oakley, um dos roteiristas da série, levou os fãs à loucura ao divulgar em sua conta do Twitter algumas sinopses descartadas de episódios. Entre as tramas, havia fantasias sexuais de Homer e a participação especial de Prince.

18. O episódio mais assistido de toda a história dos Simpsons nos Estados Unidos foi “Bart Tira uma Nota Ruim”, de 1990. Ao todo, 33,6 milhões de pessoas viram esse episódio.

19. Os Simpsons estrearam na TV aberta brasileira em 1991, quando a Rede Globo comprou os direitos de exibição do desenho.

20. Todos os personagens de Os Simpsons têm 4 dedos nas mãos, com exceção de um deles: Deus.

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21. Danny Elfman compôs a famosa trilha de abertura de Os Simpsons em apenas dois dias.

22. O palhaço Krusty foi originalmente criado para ser uma personalidade secreta de Homer Simpson.

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23. “D’oh”, o bordão de Homer Simpson, foi adicionado ao dicionário da língua inglesa Oxford em 2001. Nos roteiros da série, originalmente, aparecia a expressão “grunhido de insatisfação”, traduzida pelos dubladores como “d’oh”.

24. A série é a comédia há mais tempo no ar no horário nobre dos Estados Unidos. Os Simpsons desbancaram Os Flintstones, que, de 1960 a 1966, eram campeões absolutos.

25. Se você resolver se sentar para assistir a todos os episódios de Os Simpsons de uma só vez, prepare-se para se levantar 9 dias depois.

Quer saber mais? O livro De Olho em Springfield, da Editora Panda Books, mostra tudo sobre Os Simpsons.

Leilão da exposição “Castelo Rá-Tim-Bum” teve peças arrematadas por até 460 reais

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Na tarde de ontem, domingo, 1º de março,  70 das 170 poltronas laranjas do auditório do Museu da Imagem e do Som (MIS) foram tomadas por fãs de Zeca, Pedro, Biba, Nino e companhia. Eles estavam ali para tentar arrematar, ao menos, uma das 35 peças cenográficas da Exposição Castelo Rá-Tim-Bum, que ficou em cartaz de julho de 2014 a janeiro de 2015 e recebeu o público recorde de 410 mil visitantes. Nenhum item era original do programa, mas os fãs não quiseram saber.  Com lances entre 50 e 460 reais, alguns colecionadores conseguiram levar um pedaço da exposição do Castelo para suas casas.

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As 35 peças leiloadas ficaram em um pequeno corredor ao lado do auditório

A expectativa para o leilão era grande. Cartazes no salão principal do MIS informavam que as senhas para ter acesso ao auditório seriam entregues a partir das 15 horas. A primeira da fila foi a servidora pública Milena Aoki, que chegou com uma hora de antecedência. “Vim para arrematar o pinguim de geladeira para a minha irmã, que faz gastronomia”, disse. Dentro do auditório, Renan Daniel, organizador do leilão e curador da exposição do Castelo Rá-Tim-Bum, preparava-se para sua segunda experiência como leiloeiro – a primeira havia sido no ano passado, no bota-fora da exposição de Stanley Kubrick, realizado no mesmo local. “O gol do leiloeiro é quando consegue levantar o preço dos itens”, declarou ao repórter Lucas Strabko. “Pensamos os preços por duas vias: o quanto custa atualmente nas lojas e o quanto vale depois de ter sido exposto na mostra do Castelo”. Renan já tinha na ponta da língua frases para animar o leilão (“Na feira do Bexiga, é mais caro e não tem certificado de autenticidade” foi uma delas).

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Milena Aoki foi a primeira da fila no Auditório do MIS

Marcado para as 16 horas, o leilão começou com 14 minutos de atraso. Em um estreito corredor de paredes brancas, ao lado do auditório, funcionários corriam para tirar de quatro caixas de papelão os 35 itens que seriam leiloados. Espalhadas em cima de duas mesas pretas, as peças eram levadas ao palco do auditório quando anunciadas por Renan Daniel. O primeiro item foi um mini baú rústico. A disputa para garantir o objeto antes colocado no quarto da Morgana foi grande – uma mostra do que aconteceria durante todo leilão. As placas 014 e 049 duelaram, lance a lance, até o administrador de empresas Juca Friech levantar o braço direito que segurava o número 014 e gritar “190 reais!” para garantir a peça.

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“Leiloeiro de segunda viagem”, Renan Daniel soube animar o público e valorizar as peças

Juca não levou para casa somente o primeiro item, mas também o mais caro. Ele estava acompanhado da filha Nicole, de 22 anos, apaixonada por Celeste, a cobra cor-de-rosa que habitava o castelo. Nicole fez o papel de consultora, dando dicas para o pai de quanto gastar em cada peça. Na hora do globo terrestre cromado, que ficava na biblioteca, os olhos de Juca cresceram. Lutou bravamente com o projetista Rodrigo Roque, dono do número 010, pela peça arrematada por 460 reais, que ainda não sabe onde colocará. “Acho que vale pelo significado de ter aparecido no Castelo”, afirmou. “Não pensei só na Nicole para arrematar, tem itens bem legais aqui que escolhi pra mim”. Juca saiu no meio do leilão para não gastar mais dinheiro. Ele garantiu também o globo terrestre de plástico, que ficava no laboratório de Tíbio e Perônio. A peça mais barata foi arrematada por 50 reais: um sapo verde, de gesso, colocado no jardim da cozinha, ao lado do cenário da Caipora – essa não ficou com Juca.

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Nicole com o globo terrestre: a peça mais cara do leilão custou 460 reais

Dos 35 produtos leiloados, dez foram para a casa da família Mattos, localizada no Jardim Europa, bairro nobre paulistano. Acompanhado da mulher Daniele e do filho Pedro, o empresário Beto Mattos nem sabia da existência do evento. “Viemos almoçar no Chez MIS, vimos o leilão e entramos”,  contou Daniele. “Não pretendíamos gastar nada”.  O almoço saiu mais caro do que imaginavam: por volta de 2500 reais. “Quando dou o lance, não penso no quanto já gastei”,  revelou o entusiasmado Beto, o maior arrematador do leilão, dono da placa 049. O carro dos Mattos  voltou mais pesado. Era tanta coisa que o porta-malas do Fox azul ficou pequeno demais. Alguns itens ficaram  com Pedro no banco de trás. Apesar de a maioria das pessoas ter saído de mãos vazias do MIS, a alegria estava presente ao término do animado leilão. Com sorriso estampado no rosto,  Milena Aoki estava ansiosa para presentear a irmã com o pinguim de 250 reais que conseguiu. “Assistimos ao Nino juntas em toda a nossa infância”, festejou. “Agora poderei retribuir a companhia dela com esse mimo”.

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O casal Beto e Daniele: levaram quase um terço das peças pra casa

(Se for utilizar informações publicadas nesta reportagem, não esqueça dos créditos e do link deste blog. A reprodução das fotos está proibida sem autorização prévia)

E o Sílvio Santos lálálálá… Quem inventou a música do “Show de Calouros”?

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“E o Sílvio Santos lálálálá-lálálálálá-lálálá…” A clássica repetição de “lás” virou marca registrada do “Show de Calouros”, dentro do programa Silvio Santos, no ar de 1973 a 1996. Jurados como Pedro de Lara, Aracy de Almeida, Décio Piccinini e o maestro José Fernandes tiveram seus nomes eternizados ao entrarem no palco, convocados por Sílvio, sob a sequência de “lás”. Mas a curiosidade é para quem acha que a melodia foi criada pela orquestra do programa. Há quase um século, surgia a pioneira música que colocaria na história os jurados do “Show de Calouros”.

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Em 1920, dois russos - o compositor Boris Fomin e o poeta Konstantin Podrevskii – se juntaram para criar uma música. A canção foi nomeada “Dorogoi dlinnoyu”, traduzida como “Pela Longa Estrada”. A cantora georgiana Tamara Tsereteli, em 1925, foi a primeira que deu voz à sequência de “lás”. O tema russo ganhou destaque em 1953, quando apresentado no filme “Inocentes em Paris”, estrelado por Alastair Sim e Ronald Shiner.

Em 1960, o músico americano Gene Raskin traduziu a canção russa para o inglês. Em 1968, produzida por Paul McCartney, a canção “Those Were the Days”, tradução literal de “Aqueles Foram os Dias”, obteve sua gravação mais notória pela voz da cantora galesa Mary Hopkin. O sucesso estrondoso da música rendeu o primeiro lugar nos hits britânicos e a segunda colocação na Billboard. A música de Mary Hopkin também é lembrada por ter sido usada para abafar o som do Estádio Nacional da Guiné Equatorial, onde 150 supostos golpistas foram fuzilados a mando do presidente Francisco Macías Nguema.

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Entre as mais de 70 gravações em diferentes línguas da música russa, houve apenas uma no Brasil, cantada pela brasileira Joelma – não a do Calypso. Em 1969, Joelma lançou a música “Aqueles Tempos”.

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(com pauta de Antonio Mier, criador da página “Caçadores da Música Perdida”)

Projeto do “Memorial do Vigilante Rodoviário” ainda não saiu do lugar

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De noite ou de dia / Firme no volante / Vai pela rodovia / Bravo Vigilante”. Nos últimos 53 anos, Carlos Miranda gastou muita energia resgatando objetos relacionados à sua trajetória na TV. O sonho do eterno Vigilante Rodoviário é mostrar ao público esse grande acervo. “Não podemos chamar o lugar de museu porque eu não estou morto”, ri Miranda. “Será um memorial”. Os 1 mil itens já reunidos ficarão expostos num pavilhão da Flora Brasília, loja de plantas ornamentais e árvores, e serviços de jardinagem e paisagismo, na cidade de Cabreúva, no interior de São Paulo. A área verde de 484 m2 fica no quilômetro 79 da rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto. Ali funcionará a sede do Centro Cultural e Turístico Carlos Miranda, nome escolhido pelo próprio Miranda. Mas nem tudo são flores. “Apesar de já termos o local, estamos esperando o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Turismo para pagar os custos da reforma”, explica Miranda. Qual foi o motivo da escolha da Flora Brasília? Um dos atuais atrativos da loja é uma estátua do vigilante Carlos numa motocicleta. Ela está ali há um ano. “Meu pai, Miguel Castarde, fundador da Flora Brasília, em 1958, era muito amigo do Carlos”, explica Miguel Ambrosio Castarde, 60 anos, atual sócio da empresa, ao lado da irmã, Rosa. “Chegou a fazer pequenas participações em alguns episódios. Daí a nossa homenagem”

Carlos Miranda, o vigilante de 82 anos, mora em Águas da Prata, município localizado a 193 km de Cabreúva. O amigo Carlos Zupo, 56 anos, assessor de gabinete da Prefeitura de Cabreúva, sugeriu o local a Miranda. Os dois se conheceram em um encontro de colecionadores de carros e motos antigas. O vigilante causa frisson nesses eventos quando chega com o Simca Chambord 1959, também usado no seriado. “Eu e o Zupo temos o sonho de manter viva a história da TV Brasileira”, afirma Miranda.

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A série “O Vigilante Rodoviário” ficou pouco tempo no ar, mas Carlos Miranda e o pastor alemão Lobo foram considerados “os primeiros heróis da televisão brasileira”

Os dois fundaram a Associação Cultural Carlos Miranda e iniciaram a procura pelo local que abrigaria o acervo. A ideia de Zupo quase deu certo. No começo do ano, os objetos ficaram expostos no hall da Secretária de Turismo de Cabreúva, mas no final de junho retornaram para a garagem da casa de Miranda, onde permanecem até hoje. “Conseguimos uma reunião com Roberto Lucena, Secretário de Turismo do Estado de São Paulo, e ficou decidido que o deputado Rodrigo Moraes (PSC) apresentaria um projeto para captarmos recursos”, pontua Zupo. “Acredito que a demora seja por causa da forte crise que atravessamos”.

Entre os itens que esperam para ser expostos estão medalhas, troféus, vídeos com entrevistas, artigos de jornais e revistas, placas, quadros, certificados e também fotos ao lado de Lobo, o pastor-alemão que fez a série ao seu lado e faleceu anos mais tarde, em 1971. Miranda guardou também o uniforme original usado nas gravações. Sua lembrança favorita é o Prêmio Roquette-Pinto, entregue aos melhores profissionais do rádio e da televisão. “Ele é cobiçado por atores, cineastas, produtores”, afirma. “Fui muito feliz por recebê-lo em 1962”.

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O objeto preferido de Carlos Miranda é o Prêmio Roquette-Pinto, conquistado em 1962

“Mesmo depois de tantos anos, meu trabalho ainda é reconhecido”, comemora. “Todas as vezes que saio de uma palestra, alguém me para e diz que ainda assiste aos episódios”. Isso porque 36 dos 38 episódios são reprisados no Canal Brasil todas as segundas às 20h30 com reprises às terças, 15h30 e domingos, 11h.

Miranda iniciou sua carreira como cantor de circo aos 15 anos. Em seguida fez um curso de atuação nos grupos do Teatro Popular do SESI. Para interpretar o vigilante, ele frequentou a escola de Policiais Rodoviários, em Jundiaí (SP), e teve aulas de luta na Escola de Educação Física da antiga Força Pública. “O Vigilante Rodoviário” estreou às 20h de uma quarta-feira de março, no ano de 1961, na extinta TV Tupi. Na época que estava no ar, o Inspetor Carlos e Lobo foram considerados os “primeiros heróis da televisão brasileira” e a série alcançou 72% de audiência, sendo posteriormente compactada em longa metragem unindo quatro episódios e em seguida mais quatro. O lançamento do longa aconteceu no cine Art-Palácio em São Paulo. Foi fenômeno de bilheteria. “Nunca me esqueço de uma vez que fui almoçar com um amigo e, ao sair do restaurante, uma fã agarrou minha camisa com tanta força que a rasgou inteira”, recorda o eterno vigilante. “Todos no estúdio acharam que eu tinha me metido numa briga”.

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Carlos participa de encontros de colecionadores de carros e motos antigas com o Simca Chambord 1959 usado na série

Em 1962, com o cancelamento da série, Miranda recebeu o convite de João Franco Pontes, Comandante Geral da Força Pública, para ingressar na carreira policial. Por causa disso, entrou para o Guinness Book (O Livro dos Recordes) como o “único ator que virou o personagem”. Em 1965, ingressou na Polícia. Depois de 33 anos de carreira, ele se aposentou como tenente-coronel.  Miranda também dá palestras sobre policiamento rodoviário, mas, segundo ele, as perguntas da plateia sempre terminam direcionadas para sua carreira de ator.

Livro reúne capas de livros que apareceram em episódios de “Os Simpsons”

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O desenho Os Simpsons é um dos mais longevos da TV. Estreou em 1989 e entra agora em sua 28º temporada. A família amarela criada pelo cartunista Matt Groening é também próspera na quantidade de livros que gerou. Um levantamento feito no site da Amazon mostra que são, pelo menos, 120 títulos lançados até hoje. Apenas seis desses livros foram traduzidos para o português, como “Os Simpsons e a Filosofia” e, o mais recente, “Os Segredos Matemáticos dos Simpsons”. “Com quase 30 anos, o desenho é um prato cheio para autores, pois há muito assunto para se escrever”, afirma Johan L. Lagger, autor do almanaque De Olho em Springfield, lançado pela Panda Books, em 2006, o único escrito por um brasileiro. Lagger também atualiza a página “Os Simpsons – De Olho em Springfield” no Facebook. No final de semana passado, encontrei um livro bastante curioso na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos. Estava em destaque num móvel só de livros importados. Havia três exemplares à venda. O livro é de 2013 e foi lançado pelo designer francês Oliver Lebrun.

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Oliver assistiu quase 600 episódios para selecionar as ilustrações do livro

Para produzir “Another Companion to Books From The Simpsons”, Lebrun assistiu cuidadosamente aos episódios de todas as temporadas e deu print screen nos momentos em que os personagens aparecem lendo ou segurando algum livro. A edição reúne 216 títulos que Oliver elegeu como seus favoritos. O livro tem apenas essas imagens, nada de textos.  A coleção não inclui revistas, jornais e outros tipos de materiais impressos. “Dá para perceber que esse livro deu muito trabalho”, diz Lagger. “A série usa muito desse recurso de usar livros, cartazes ou panfletos para fazer piada. E, como tudo o que gira em torno de Os Simpsons, o resultado foi muito original”. O Blog do Curiososelecionou algumas imagens presentes no livro:

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“Homer, eu mal me conhecia”. Título brinca com os livros de auto-ajuda e com a dificuldade de Homer de auto-conhecimento

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“A despedida das armas”, escrito pelo Herman Hermann, personagem de Os Simpsons, que tem uma loja de artigos militares

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“O que esperar quando você é mandado embora”

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“A enciclopédia auto-destrutiva”

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Bart olha assustado para o tamanho do “Livro de Matemática”

Homer lendo a "Bíblia Sagrada"

Homer lê a “Bíblia Sagrada”

O diretor W. Seymour Skinner lendo seu próprio folhetinho "Palavras do diretor"

O diretor W. Seymour Skinner aparece com livro escrito por ele:”Palavras do diretor”

Marge não escapou do clássico das mulheres "Comer, rezar e amar" de Elizabeth Gilbert

Marge não escapou do clássico “Comer, Rezar e Amar”, de Elizabeth Gilbert

Cena em que Bart entra para os escoteiros e é proibido de usar um canivete antes "As 10 coisas que você pode fazer e as 500 coisas que não pode fazer com seu canivete".

Cena em que Bart entra para os escoteiros e é proibido de usar um canivete antes  de ler “As 10 coisas que você pode fazer e as 500 coisas que não pode fazer com seu canivete”.

No episódio “Homer contra Lisa e o 8º mandamento”, da segunda temporada, Homer resolve piratear o sinal da TV a cabo e o rapaz que irá executar o serviço ilegal entrega a ele um  livreto com o título “Então, você resolveu roubar TV a cabo…”.  No episódio de número 500,  a família discute se aquele é mesmo o quingentésimo. Lisa, então, usa o livro  “The Simpsons: A Complete Guide to Our Favorite Family” (Os Simpsons: Um guia completo da nossa família favorita), lançado nos Estados Unidos, em novembro de 1997, para tirar a dúvida.


Antes do vôlei de praia na Rio 2016, já tivemos eventos olímpicos tão tarde?

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As finais feminina e masculina do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro bateram um recorde: não há registro de uma final olímpica disputada tão tarde no fuso horário local. Os dois jogos foram programados para as 23h59 dos dias 17 (feminina) e 18 (masculina) de agosto, superando a final masculina dos 1.500m no atletismo em Atenas (2004), que foi programada para as 23h40 e era até hoje a mais noturna da história.

Os registros oficiais também apontam outras duas finais olímpicas em horários incomuns para o país-sede: em Pequim, 2008, a prova individual dos saltos, no hipismo, começou às 23h28, ao passo que a prova masculina das argolas, na ginástica artística, teve sua decisão iniciada às 23h19 no horário de Atlanta, em 1996.

O vôlei de praia já havia igualado, no Rio de Janeiro, uma marca dos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960. Até a Olimpíada desembarcar na Cidade Maravilhosa, a partida entre Itália x União Soviética no polo aquático masculino, disputada em 31/8/1960, havia sido a única iniciada à meia-noite e tinha o recorde de sessão mais noturna da história dos Jogos (ao longo do tempo, outras competições se iniciaram até mais tarde, mas fazendo parte de uma sessão iniciada mais cedo, algo comum em esportes como tênis e boxe).

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A programação do vôlei de praia reservou um jogo por dia à meia-noite a partir do quarto dia de disputa. O pedido partiu da emissora de TV norte-americana NBC, uma das grandes parceiras do COI. Como o esporte é bastante popular nos Estados Unidos, o horário se encaixa no horário nobre da TV americana. Na primeira semana de competições, as finais da natação (uma das modalidades de maior audiência) terminavam por volta das 23h30 de Brasília (22h30 em boa parte dos Estados Unidos). Horário ideal para que o vôlei de praia encerrasse a programação logo na sequência (meia hora depois). Esse horário das finais da natação também foi bastante criticado pelos nadadores, uma vez que as finais não costumam ser tão tarde.

Na segunda semana, a disputa nas areias de Copacabana entrou no vácuo das provas do atletismo, também alvo de muita atenção do público em geral. As duplas norte-americanas monopolizaram o horário da meia-noite nas oitavas de final com Walsh/May no feminina e Dalhausser/Lucena no masculino. Walsh/May ainda fizeram as quartas e a semifinal nessa faixa – Dalhausser/Lucena caíram nas quartas para os brasileiros Alisson/Bruno em jogo realizado às 16h.

O que não estava nos planos da NBC era o fato de nenhuma dupla norte-americana estar na final. Derrotadas na semifinal para as brasileiras Agatha/Barbara, Walsh/May acabaram fazendo o jogo de fundo do último dia do vôlei de praia feminino. A disputa pelo bronze, vencida pelas americanas contra as brasileiras Larissa/Talita foi às 22h no horário de Brasília. Enquanto a final entre Agatha/Barbara e as alemãs Ludwig/Walkenhorst rolava em Copacabana, a NBC transmitia a reprise da partida que decidiu o bronze. No masculino, os americanos sequer foram às semifinais.

Jornada nas Estrelas 50 anos: receitinhas para um banquete trekker

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“Jornada nas Estrelas” (Star Trek) estreou na TV americana em 8 de setembro de 1966. Para comemorar os 50 anos da primeira exibição, o Você é Curioso? recebeu no último sábado Salvador Nogueira e Susana Alexandria, autores do excelente livro “Jornada nas Estrelas – O Guia da Saga”, da Editora Leya. Eles estavam acompanhados de Silvio Alexandre, editor da obra. E foi o Silvio quem nos surpreendeu durante a degustação curiosa. Ele entrou no estúdio com uma bolsa enorme e começou a tirar tigelinhas com comidas muito coloridas. Em 20 minutos, estava tudo montado. Silvio havia preparado um incrível banquete trekker, inspirado em diversos episódios.

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A ideia do Silvio, uma autoridade em “Jornada nas Estrelas” foi genial. Ele preparou diversos pratos que ficaram muito parecidos com aqueles exibidos na TV e no cinema. No final do banquete, o Silvio resolveu dividir suas criações com todos os curiosos. As receitas estão publicadas logo abaixo. Compare também com as imagens dos pratos originais.

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Para o lançamento de “Jornada nas Estrelas – O Guia da Saga”, no Você é Curioso?, Silvio Alexandre preparou esse banquete trekker

Cerveja Romulana
Bebida fermentada de cor azul de alto teor alcoólica. É produzido pelos romulanos com grãos de kheh. Embora seu consumo fosse ilegal na Federação no século 23, a maioria das naves da Frota Estelar a tinham em seu estoque. Alguns médicos, inclusive, usavam-na com fins medicinais.

Ingredientes:
50 ml de curaçau blue
50 ml de vodca, rum ou saquê (ele fez a minha sem bebida alcoólica, pois eu tinha um longo programa a apresentar)
700 ml de refrigerante de frutas citrus

Modo de preparo:
De preferência, utilize todos os ingredientes gelados.
Numa jarra, adicione o curaçau blue e a bebida alcoólica escolhida. Por último, adicione o refrigerante citrus e NÃO mexa.

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Cubinho Andoriano
O cubinho andoriano (ou “gristhera”, em andoriano) é um alimento sintético apreciado por várias raças alienígenas. Cada cor representa um nutriente diferente. Costuma ser servida em pedaços pequenos como antepasto em reuniões diplomáticas, como visto na Série Clássica (episódio “Journey to Babel”, da segunda temporada). Mas já foram servidos, em pedaços maiores, nas refeições normais, também na Série Clássica (episódio “The Conscience of the King”, da primeira temporada).

Ingredientes:
2 xícaras (chá) de fubá
1/2 cebola média bem picada
3 dentes de alho bem picados
1 litro de água (sendo que 300 ml de água fria e 700 ml de água quente)
1 colher (café) cheia de sal
1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
Azeite para refogar
Corante colorido

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Modo de preparo:
Em um pote, coloque a água fria e dissolva bem o fubá. Coloque azeite na panela em fogo médio e adicione a cebola e o alho. Refogue e deixe dourar. Acrescente o fubá dissolvido e misture bem. Coloque a água quente e mexa até a polenta começar a desgrudar da panela. Abaixe o fogo e misture o queijo parmesão, o sal e o corante. Se quiser de várias cores, separe em potes pequenos e misture os corantes que desejar. Coloque a polenta em uma assadeira (ou várias) e deixe esfriar.Corte a polenta colorida no formato de cubinhos e sirva.

Sopa vulcana Plomeek
Este é um prato tradicional nas refeições matinais em Vulcano. É feita com plomeek, um vegetal muito comum em Vulcano. Foi visto pela primeira vez quando a enfermeira Christine Chapel cometeu o erro de servi-la para o Sr. Spock durante seu pon farr. Spock jogou a tigela causando confusão. Mais tarde, ele perguntou se ela iria prepará-la novamente como pedido de desculpas. Visto na Série Clássica (episódio “Amok Time”, da segunda temporada)

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Ingredientes:
4 cenouras cozidas cortadas em cubos
500 ml de água
1 cebola pequena ralada
2 dentes de alho
2 colheres (sopa) de gengibre fresco ralado
1 talo grande de alho-poró picado – apenas a parte branca
1 colher (sopa) de farinha de trigo
Caldo de legumes
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo:
Coloque o alho-poró na água com o caldo de legumes e deixe ferver por 5 minutos. Retire o alho-poró e coloque o caldo no liquidificador com a cenoura cozida e bata bem. Reserve. Refogue a cebola, o alho e o gengibre em uma panela grande. Adicione o caldo com cenoura batida. Junte a farinha de trigo e mexa bem até engrossar. Tempere com sal e a pimenta.

Gagh
Gagh é uma iguaria Klingon feita a partir de vermes-serpente. A maioria dos Klingons prefere comê-los vivos, mas eles também podem ser servidos na forma de ensopado ou como um prato frio. Há mais de cinquenta variedades de Gaghs. Apareceu pela primeira vez quando o comandante Riker apresenta iguarias da cozinha klingon no Ten-Forward, pouco antes de se transferir para a nave klingon. Na série The Next Generation (episódio “A Matter of Honor”, da segunda temporada).

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Ingredientes:
250 g de macarrão linguine
2 beterrabas, com as folhas picadas e os talos cortados em pedaços
1 cebola pequena picada
3 dentes de alho picados
1 xícara de caldo de legumes
1 colheres (sopa) de manjericão
Tempero de ervas
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo:
Lave as beterrabas e cozinhe com água na panela de pressão por 30 minutos. Coloque o linguine para cozinhar usando a água da beterraba, seguindo as instruções da embalagem. Enquanto o macarrão cozinha refogue numa panela a cebola, o alho e os talos da beterraba com azeite. Acrescente a beterraba cozida ralada e as folhas, o tempero de ervas, sal e pimenta a gosto. Depois de 1 ou 2 minutos, adicione a massa e misture bem.

O luto por Domingos Montagner e outros atores que morreram com as novelas no ar

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O ator paulistano Domingos Montagner morreu esta tarde depois de ter gravado cenas para a novela “Velho Chico”. Durante uma pausa nos trabalhos, o ator que fazia o papel de “Santo” saiu para tomar banho numa prainha na beira do Rio São Francisco, em Canindé de São Francisco, na divisa dos Estados de Sergipe e Alagoas. Depois de saltar de uma pedra, o ator de 54 anos foi levado pela forte correnteza. A atriz Camila Pitanga estava junto com ele e tentou segurar a mão dele por duas vezes. Foram quase quatro horas de buscas até que o corpo fosse encontrado. Montagner morreu afogado, com o corpo preso a pedras, a 18 metros de profundidade.

Ao longo da história, alguns atores faleceram com suas novelas, minisséries ou seriados no ar. Entre os casos mais famosos, estão o de Lauro Corona, galã de “Vida Nova” (faleceu em 1989, em decorrência da AIDS), e Daniela Perez, filha de Glória Perez, autora de “De Corpo e Alma”, que foi assassinada pelo companheiro na trama, Guilherme de Pádua, no final de 1992. Em 1982, a atriz Márcia de Windsor foi para São Paulo gravar os últimos capítulos da novela “Ninho da Serpente”, no ar pela TV Bandeirantes. Ela sofreu um infarto fulminante no Hotel San Raphael e morreu aos 48 anos. Nesses casos e na maioria dos demais, os autores buscaram soluções rápidas para as personagens como inventar viagens para o exterior ou simplesmente retirá-lo da trama.

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Em outros casos, porém, a importância das personagens falou mais alto e foi preciso buscar substitutos para a continuidade da trama. O Blog do Curioso relembra outros oito casos de atores que morreram durante produções da TV Globo e foram substituídos.

A 28 capítulos do fim da novela “O Primeiro Amor” (1972), o protagonista Sérgio Cardoso sofreu um ataque cardíaco e morreu aos 47 anos. Ele interpretava o personagem Luciano Lima, um professor viúvo que se apaixona por Paula (Rosamaria Murtinho). Com sua morte, foi chamado o ator Leonardo Villar para substituí-lo. Em uma cena, Sérgio saía de casa pela porta. Essa cena foi reaproveitada e congelada para que entrasse uma locução do ator Paulo José explicando o ocorrido. Na cena seguinte, Villar entrava pela mesma porta já interpretando Luciano Lima.

O ator Jardel Filho morreu na reta final da novela “Sol de Verão”, em 1983. Ele sofreu um ataque cardíaco em casa. O autor Manoel Carlos ficou tão abalado com a notícia que não conseguiu escrever os novos capítulos. A Rede Globo chegou a cogitar interromper a novela, mas o público exigiu um final. Lauro César Muniz e Gianfrancesco Guarnieri foram chamados para escrever mais 17 capítulos e o final da novela foi antecipado. A solução para Heitor, personagem de Jardel Filho, foi uma viagem repentina.

Em 1985, faltando apenas uma semana para o início da novela “A Gata Comeu”, a atriz Ema D’Avila sofreu um derrame cerebral. O quadro se agravou e ela faleceu aos 68 anos. Com isso, o seu papel na novela – Dona Biloca – passou para a atriz Norma Geraldy.

Histórias de bastidores e curiosidades da telenovela brasileira, por Nílson Xavier

De volta à TV Globo depois de uma passagem pela TV Manchete, Chiquinho Brandão foi escalado para a minissérie “O Sorriso do Lagarto” em 1991. Voltando da gravação do 20º capítulo, ele sofreu um acidente de carro na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu aos 39 anos. As cenas de sua personagem, Chico Bagre, foram utilizadas e foi criada uma personagem para o ator Stepan Nercessian substituir Brandão. Era Chico, primo de Chico Bagre.

Em “Mulheres de Areia” (1993), a atriz Dayse Tenório foi escalada para viver Alice, a governanta da casa da família Assunção. Ela sofreu um acidente de carro e morreu aos 33 anos. Foi substituída, ainda antes da novela estrear, por uma atriz que fez apenas figurações. A personagem passou a se chamar Diva.

Na nova versão de “A Grande Família”, coube ao ator Rogério Cardoso o papel deu Seu Floriano, o pai de Dona Nenê (Marieta Severo). Em 24/7/2003, Rogério sofreu um infarto fulminante em meio à terceira temporada e morreu aos 66 anos. Para cobrir a ausência do ator, foi chamado Francisco Milani, que passou a interpretar o irmão de Seu Flor, Juvenal (também chamado de “Tio Mala”). Na quinta temporada, Milani também faleceria.

Em “Senhora do Destino” (2004), a atriz Miriam Pires precisou abandonar as gravações de sua personagem (Clementina) por causa de problemas de saúde. Ela viria a falecer em 7/9/2004 aos 78 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos em decorrência de toxoplasmose. Para cobrir a ausência de Miriam, foi criada outra personagem: Aurélia, filha de Clementina, vivida por Cristina Mullins.

Um aneurisma cerebral vitimou Luiz Carlos Tourinho em 21/1/2008. O ator de 43 anos interpretava Nezinho em “Desejo Proibido”. Seu personagem sumiu da história depois de sua morte.

Nair Bello morreu em 17/4/2007 aos 75 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ela entrou em coma na UTI poucos dias após começar as gravações da novela “Pé na Jaca”. As cenas foram refeitas pela atriz Arlete Salles, que interpretou a personagem Fortunata após o afastamento de Nair.

Domingos Montagner não foi o primeiro ator a se despedir de maneira trágica da produção de “Velho Chico”. Umberto Magnani, intérprete do Padre Romão, passou mal durante as gravações da novela pouco mais de um mês depois da estreia. Ele viria a falecer em 27/4/2016 e foi substituído por Carlos Vereza, que vive o Padre Benício, que ocupou o lugar deixado por Padre Romão.

Chef paulistano disputa a final que irá eleger a “melhor pizza margherita do mundo”

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(Se você mora no Chile, essa reportagem contém spoilers)

Ele lembra exatamente a data. Foi no último dia 5 de julho. O chef Jaqueson Dichoff, da Pizzaria Vituccio, no bairro de Vila Ipojuca, em São Paulo, recebeu um e-mail da jornalista chilena Pilar Campusano com um convite: participar de um programa do Canal 13, um dos mais tradicionais do Chile, que iria escolher “a melhor pizza margherita do mundo”. Chamado de “Semplicemente Pizza” (“Simplesmente Pizza” em italiano), o formato tem a ousada pretensão de dar uma volta ao mundo a bordo de um dos alimentos mais apreciados do planeta. Só em São Paulo calcula-se que são consumidas 1 milhão de pizzas diariamente. Paulistano de nascimento, mas descendente de italianos, Jaqueson recebia ali a resposta pela coragem que teve oito anos atrás, quando largou uma carreira já sólida como publicitário para se dedicar a sua grande paixão: “Sempre cozinhei para todo mundo”, afirma. “Morei em Nápoles por um tempo, sou apaixonado por pizza. Meu maior arrependimento é não ter tomado essa decisão antes”.

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Jaqueson Dichoff circula pela Vituccio durante gravação do programa “Semplicemente Pizza”

Cliente da Vituccio durante a grande maioria dos seus 36 anos, ele havia tentado trabalhar lá duas vezes: “O Vito Coluccio, que fundou a casa em 1982, dizia que não daria certo um italiano trabalhando com outro italiano”, relembra. Até que, em 2013, já dono de uma pizzaria em Ubatuba, no litoral norte paulista, Jaqueson recebeu um telefonema do próprio Vito, que revelou o desejo de se aposentar e passar a Vituccio para ele. “Tentei me unir a alguns amigos em São Paulo, mas não deu certo”, lembra. “Aí fui para Recife, encontrei dois amigos que ficaram apaixonados pelo lugar e ‘botaram a cara’ junto comigo. Mantivemos o padrão até o final daquele ano, quando fechamos para a reforma. Então, ao reabrirmos, passamos a seguir a tradição napolitana da massa fina e do recheio. Considero Nápoles o lugar da evolução da pizza”.

Where To Eat Pizza: guia elege as melhores pizzarias em 48 países – incluindo o Brasil.

A tradição napolitana, por sinal, foi o fator número 1 para que a equipe do “Semplicemente Pizza” pudesse escolher os melhores. Depois de selecionadas as “capitais da pizza” – Nápoles, Barcelona, Nova York, Santiago, Buenos Aires e São Paulo – os chilenos foram até o moinho mais antigo da Europa, o Aguggiaro e Figna, de onde sai a farinha Le Cinco Stagione, referência para quem quer fazer uma boa pizza napolitana. A partir dessa pesquisa, a produção do Canal 13 selecionou uma lista de estabelecimentos em cada uma das cidades – em São Paulo, foram seis. Escolheram as três melhores histórias nas seis “capitais”, resultando em 18 pizzarias semifinalistas.

A partir daí, foram dois meses viajando pelo mundo em busca da pizza perfeita. Na maior cidade do Brasil, além da Vituccio, concorreram a Casale di Pizza e a Fior di Grano, ambas em Moema. “No primeiro dia, eles vieram para conhecer a história, quiseram saber de tudo”, ri Jaqueson. “Depois, no segundo, fomos passear com eles. O programa também vai mostrar a cidade. Eu escolhi o Mercado Municipal, onde eles conheceram o meu fornecedor de mussarela. Também teve um lado turístico: fui com eles a um jogo do Palmeiras”, conta Jaqueson. “Só no terceiro dia de gravação é que experimentaram a pizza”.

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Terminadas as avaliações, a equipe, formada por cinco pessoas, ficou quatro dias sem dar notícia. “Foi aí que eles voltaram para me dizer que eu havia sido o escolhido para a final”, relembra o vencedor. Jaqueson Dicheff estava, então, classificado para a grande final, onde disputará com os vencedores das cinco outras cidades o título de melhor pizza margherita do mundo. As provas acontecerão em um festival homônimo ao programa que desde o dia 22 de outubro faz parte da programação do Canal 13 aos sábados. Exibida às 23h30 e com uma hora de duração, a disputa tem oscilado entre 7 e 8 pontos de audiência.

Cada cidade ganhou um episódio apresentado pelo músico Jean Philippe-Cretton, que deixou o posto de jurado do “The Voice” chileno, para comandar o projeto. Ele já havia tido uma experiência como apresentador no programas de viagem  “Chile Extremo”, onde levava personalidades locais a lugares bem inóspitos. O episódio de estreia foi em Nápoles, onde ele conheceu as maiores e mais importantes tradições envolvendo a pizza e escolheu a margherita de Giovanni Improta. Nas semanas seguintes, o programa classificou também Luigi Castravelli (Barcelona) e  Pasquale Cozzolino (Nova York).

Neste sábado, dia 12, será mostrado o episódio de São Paulo, onde o público chileno será apresentado a Jaqueson Dicheff. Como a ideia é que os telespectadores conheçam e criem intimidade com os concorrentes, ele já sabe quais serão suas credenciais: “Tento acompanhar o movimento dos últimos anos, que é o de fazer a massa mais leve, como se faz em Nápoles”, explica. “Aquela pizza que você come e vai dormir sem que ela fique ‘conversando’ com você. Além disso, quero que o cliente se sinta sempre em casa. Minha equipe toda sabe fazer as pizzas porque eu vou de mesa em mesa. A equipe, aliás, é quem vai segurar as pontas enquanto o chefe estiver em Santiago para a finalíssima. Ele embarca no próximo dia 16.

O aperto de mãos entre Jaqueson e o apresentador Jean Felipe Cretton

O Jaqueson serve o apresentador Jean Felipe-Cretton: passaporte para a finalíssima

Nas próximas semanas, nos programas dos dias 19 e 26, serão revelados aos chilenos os vencedores de Buenos Aires (Maurizio de Rosa) e Santiago (Rafaelle Medaglia). Antes mesmo do último episódio dessa etapa ser exibido, os seis finalistas já estarão na capital chilena para a etapa decisiva, que será realizada do dia 24 ao dia 27 e exibida ao público no sábado seguinte, 2 de dezembro. Segundo o representante brasileiro, não há a expectativa por recompensas financeiras em caso de sucesso: “Pelo menos por enquanto não foi falado nada sobre premiação em dinheiro. Apenas sabemos que teremos as despesas pagas pelo Canal 13”. De todos os finalistas, ele é o único que não nasceu em Nápoles e garante estar tranquilo para a decisão. “Eu vou lá para me divertir. Não vim de uma família de pizzaiolos, mas procuro aprender sempre. Já sou o melhor não napolitano do mundo!”, brinca.

A entrevista que mudou minha vida

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O primeiro “O Guia dos Curiosos” foi lançado em 10 de maio de 1995. Um dia depois, fui convidado para participar do programa “Jô Soares Onze e Meia”, no SBT.  O programa foi gravado no prédio da antiga TV Tupi, no Sumaré. Eu tinha pouquíssima familiaridade com a TV. Medo mesmo de me sair mal. Ganhei até uma sessão de midia training do Juca Kfouri, meu diretor na redação de PLACAR naquela época.  Mesmo com todo o treinamento, fiquei totalmente travado. Morro de vergonha de ver essa entrevista até hoje. Para minha felicidade (e alívio), Jô percebeu o meu nervosismo, abriu o livro e se divertiu lendo as curiosidades. A plateia também. Nos dias seguintes, comecei a ouvir gente na rua comentando a entrevista – e o livro! Gente que nunca vi na vida. No restaurante, na escada rolante do shopping, dentro de um avião. A primeira edição de “O Guia dos Curiosos” se esgotou logo naquele primeiro final de semana.  Pouco antes do lançamento, Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, havia me chamado para dizer que “um livro que vende 3.000 exemplares já poderia ser considerado um best-seller no Brasil”.

A entrevista para Jô Soares repercutiu por todos os lados. Fui depois entrevistado por rádios, TVs, jornais e revistas do Brasil inteiro. Aos poucos, fui me soltando.  O livro logo entrou na lista dos mais vendidos.  Ficou quatro meses em primeiro lugar e foi o livro de não-ficção mais vendido em 1995. Passei a ser chamado de “Curioso”. Ganhei programas de rádio e de TV, colunas em jornal. Fiz site e blogs. O primeiro livro vendeu 280 mil exemplares. A coleção “O Guia dos Curiosos” já tem nove volumes. Voltei mais cinco vezes ao programa do Jô e sempre fui tratado com muito carinho. Hoje, quando Jô Soares se despede de seu programa diário na Rede Globo, só tenho que agradecer por aquela entrevista que mudou minha vida.

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